terça-feira, 31 de maio de 2011

No lado errado da ponte


Luiz Filipe Menezes gastou milhões (do poder central) a embelezar parte das frentes de rio e mar, nos sítios mais visíveis, mais visitados, logo mais frutuosos eleitoralmente.

Da Ponte Luiz I à (abandonada) Ponte D. Maria arranjaram o piso, meteram uma grade e assim ficou, desconfio que mais dia, menos dia aparece por ali mais um condomínio fechado, pode ser que nessa ocasião se lembrem (da capela) do velhinho Senhor D’Além que se encontra num estado deplorável.
Tivesse o santo os poderes doutros tempos, não lhe faltariam mordomias.


Imagem do Senhor d'Além na origem de conflito
"A capela do Senhor d'Além, que fica nas abas da Serra do Pilar, mesmo em frente aos Guindais, além-Douro, portanto, e daí o nome, e a respectiva irmandade foram, durante muitos anos, "administradas pela cidade" (do Porto).
Em determinadas ocasiões os edis portuenses, na qualidade de administradores do templo e da confraria, iam ao lado de lá buscar a imagem do Senhor d'Além para que participasse nas chamadas "Procissões de Preces".
Acontecia, por exemplo, em tempos de seca ou de inundações. A Câmara organizava então "procissões de preces", para pedir chuva, se fosse o caso, ou para solicitar o termo de calamitosas cheias.
Mas também se realizavam, com a presença da imagem do Senhor d'Além, "Procissões de Graças". Como aquela que aconteceu no dia 18 de Novembro de 1755.
Dias antes a cidade de Lisboa havia sido destruída por um terrível terramoto. A cidade do Porto saíra praticamente ilesa dessa catástrofe. Aqui caíra apenas o tecto da capela de S. Roque, que ficava perto da Sé; a torre da igreja dos padres da Congregação de S. Filipe de Nery (Congregados) e pouso mais. Logo naquele dia, segundo consta da acta da reunião municipal que então se realizou, "… sendo convocados na forma do estilo a Nobreza e Povo foi proposto pelo Procurador da cidade que, não tendo acontecido entre nós nem ruína nem mortandade, era justo fazer-se uma Procissão de Graças e que estas deviam ser rendidas especialmente à Veneranda Imagem do Senhor d'Além…"
Alguns anos antes (1734) a "Câmara e toda a Vereação" haviam acompanhada a mesma imagem numa imponente procissão fluvial até junto da barra por causa de "uma grande seca e falta de água na cidade…"
Ora, sempre que a Câmara ia ao lado de lá buscar a imagem do Senhor d'Além a fim de a levar para a Catedral, tanto à vinda, como no regresso, o transporte fazia-se, sempre, com grande solenidade, em procissão, na qual participavam o Cabido e as várias confrarias da cidade.
Tudo correu normalmente até um dia em que os cónegos reagiram mal a um convite da Câmara para estarem presentes em mais uma procissão. Tratava-se do regresso da imagem à sua capela do lado de lá. Entendiam os membros do Cabido que não deviam andar às ordens dos edis. Que estes não tinham qualquer autoridade para os convocar a participarem na procissão. E como se dava o caso de a imagem do Senhor d'Além estar na Sé, os cónegos mandaram dizer à Câmara mais ou menos isto " só vamos quando muito bem nos apetecer…" E não deixaram sair a imagem da Catedral. O conflito entre os do Município e os do Cabido estava instalado. Como sair dele?
Os vereadores, sentindo-se ofendidos (então não era a eles que competia administrar a capela e a imagem do Senhor d'Além ?) escreveram ao Juiz da Coroa pedindo providências e este escreveu ao cabido dizendo-lhe que " deixassem os edis levar, como sempre o fizeram, o dito Santo Crucifixo a seu arbítrio…" Mas o Cabido não só não deixou levar a cruz, como não respondeu ao oficio, nem a este nem a um segundo que o Juiz da Coroa lhe enviou.
Perante aquela insólita atitude dos cónegos, a Câmara apelou para uma instância superior, a Mesa do Desembargo do Paço que a 22 de Novembro de 1631 enviou um despacho favorável à Câmara dizendo ao Cabido que os edis "podiam levar o crucifixo mas privadamente sem ser em forma de procissão…" Era uma tentativa de resolver a questão que se arrastava sem solução à vista. No entanto, mais de dez anos depois, em 1646, a questão mantinha-se como no princípio a cruz só deixaria a Sé quando os cónegos assim o entendessem.
Perante este imbróglio a Câmara exigiu que fosse executada a sentença da Mesa do Desembargo do Paço. Aparece então o bispo a dizer que não, alegando que a sentença não tinha validade porque o prelado não fora ouvido. Mas a relação mandou que a sentença fosse executada. O conflito é que não ficou sanado.
A partir daqui a Câmara, sempre que ia buscar o Senhor d'Além ao outro lado do rio, em vez de levar o crucifixo para a Sé, como era tradição fazer-se, passou e conduzi-lo para a capela de S. Miguel-o-Anjo, junto à Porta do Olival, que também era administrada pela Câmara.
Conta uma velha lenda que Portugal ainda não existia como paÍs livre e independente quando, aí por 1140, uns pescadores dos Guindais, que andavam na apanha do sável no rio Douro, em frente ao sítio hoje conhecido pelo Senhor d'Além, trouxeram na rede um enorme crucifixo que estava no fundo do rio.
Movidos por grande piedade, os pescadores levaram a imagem para uma ermida da invocação de S. Nicolau que havia no cimo da actual Serra do Pilar a que antigamente se dava o nome de Monte da Meijoeira, de Quebrantões ou de S. Nicolau.
Quatrocentos anos depois os Cónegos Regrantes de Santo Agostinho construíram ali um mosteiro que serve hoje de quartel e removeram a capela de S. Nicolau para junto do rio "para um penedo que está acima do cais". Com vários restauros, acrescentos e modificações é a que ainda hoje lá está agora sob a invocação do Senhor d'Além, do qual existe uma bela imagem (século XVIII) no cartório da Casa do Cabido, à Sé."

Germano Silva


in Jornal de Notícias


domingo, 22 de maio de 2011

"Menezes apela ao voto útil e diz que só Passos tem "mãos limpas""

Aposto que o autarca de Gaia tinha as mãos atrás das costas quando fez tal afirmação.

A velha quimera do senhor Silva de Boliqueime

Pedro Passos Coelho recupera um sonho velho do algarvio manhoso que actualmente habita o Palácio de Belém, transformar os feriados 25 de Abril e 1º de Maio num só em detrimento do primeiro, eu sou contra.
Acabe-se com os feriados religiosos que a nível nacional e concelhio são imensos, não somos um país laico?


sábado, 7 de maio de 2011

"Snu e a vida privada com Sá Carneiro"



Snu e a vida privada com Sá Carneiro é o título de um livro escrito por Cândida Pinto.
Hoje na RTP N a jornalista/escritora referiu várias passagens do seu livro recentemente editado, fiquei a saber que Sá Carneiro temia que Ramalho Eanes não lhe desse posse como Primeiro-Ministro devido ao seu estado civil, união de facto.
Logo se me assomou uma questão, “e se o presidente fosse Cavaco Silva”?









sexta-feira, 6 de maio de 2011

O bicho está de volta

 O Pirilampo Mágico é daquelas campanhas que (como o Banco Alimentar Contra a Fome) costuma “esbarrar” connosco, acreditam que o ano passado até procurei para contribuir e não encontrei?
Desde que apareceu (1987) não falhei um (excepto 2010), acostumei-me a ter o bichinho a olhar para mim no carro, há quem goste da Nossa Senhora de Fátima fluorescente no tablier, do cãozinho com a cabeça a dar a dar junto ao vidro de trás, uma medalhinha, um terço, ou um “Vasquinho” das Caldas pendurado no retrovisor, eu acostumei-me ao peludinho olhudo, não tem sítio defenido, é ao calhas, anda para lá.

Vá, não faça como o rei da selva, não seja forreta, pirilampe você também este ano.

Graças ao FCP

O clube do meu coração, o FUTEBOL CLUBE DO PORTO, tem atingido metas nunca antes previstas, nem mesmo no tempo da ditadura quando salazar obrigava a beneficiar o clube da galinhola se conseguiu tais êxitos.
A última é até insólita, graças ao FCP o Sporting Clube de Braga tem até ao próximo dia 18 mais de 6 milhões de adeptos.
- Dublin vai receber 2 equipas portuguesas treinadas por portugueses que, estou seguro, devem o seu sucesso à passagem pelo FCP anteriormente.

FORÇA PORTO

quarta-feira, 4 de maio de 2011

A campanha eleitoral já começou

As últimas declarações de Catroga legitimam as de José Sócrates quando afirmou que com a aprovação do PEC 4 não seria preciso recorrer a ajuda externa, prevejo uma derrota estrondosa do PPD/PSD no próximo dia 5 de Junho.___ Fica também demonstrado que não sendo um governante excelente José Sócrates é o melhor actualmente.___ Vai-me dar imenso gozo ver Paulo Portas a defender um governo liderado pelo actual (e próximo) Primeiro-Ministro e Rui Rio (o líder do PPD/PSD que se segue muito brevemente) a adoptar como seu o discurso corrente do Paulinho das feiras.
Há dias ouvi uns zum zuns sobre mais uma escandaleira daquelas que costumam aparecer sempre em tempos de eleições, protagonistas, José Penedos e Eduardo Catroga, parece que têm ALGUNS negócios em comum.
Será que rebenta?

Pai e mãe benfas