terça-feira, 19 de agosto de 2014

DO REFUGADO AO REFUGO


Se falarmos com um “bom garfo”, dificilmente encontraremos alguém que não goste de um bom refugado preparado com boa mão para o tempero, que se quer acentuado, não exagerado, é comida muito saborosa que faz jus ao dito, “o que sabe bem faz mal”.
O refugado deriva de refugo já que o prato pode ser confecionado com restos de outras refeições, as duas palavras (restos e refugo) contém no entanto uma carga negativa próxima do asco, salva-se o diminutivo, restinho, que é associado à melhor parte.
Mas não é para exibir as minhas (reconhecidas) qualidades de “maître de cuisine” que escrevo estas linhas, faço-o para mostrar o meu desagrado com algumas reprises que se tornam fastidiosas porque, mexendo com os sentimentos, visam o lucro fácil e rápido, em suma, refugo nojento.
Qualquer pessoa minimamente informada associa o nome “Gisberta” a um grupo de “institucionalizados” das (encerradas) Oficinas de S. José que em Fevereiro de 2006 (continuadamente, durante 3 dias) agrediram uma já muito debilitada transexual acabando por atirá-la a um charco de água num prédio em obras (embargado há muitos anos, de fácil acesso, sem vigilância policial) frequentado por toxicodependentes, homossexuais e sem-abrigo.
A justiça acabou por condenar os jovens agressores a penas dos 11 aos 13 meses de internamento por maus tratos, já que o relatório da autópsia referiu afogamento como causa da morte.
Não pertencendo a qualquer organização de defesa dos direitos da população gay, lésbica, bissexual ou transgénero, insurgi-me contra a benevolência da justiça porque em audiência se provou que foram os jovens agressores quem atiraram “Gisberta” para o “poço”.
Durante todos estes anos, de 2006 até hoje, remoí a minha indignação com este caso, constou-se-me (há época) que os jovens internados nas Oficinas de S. José eram, tal como noutras instituições do género, sujeitos a sevícias sexuais por parte de alguns perfeitos (espécie de educadores), que destes houve mesmo quem chegasse a inspetor da Polícia Judiciária, que um deles até fazia parte da brigada que se ocupou da averiguação, e que a aprofundação da investigação levaria a outro mega processo como o da Casa Pia, parecem ter sido várias as razões que justificaram a injustificável pressa em fechar o processo.
Toda esta minha indignação se me aflorou porque Rita Ribeiro, uma conceituada atriz portuguesa, repõe (mais uma vez) em várias salas de Portugal a peça “Gisberta” da autoria do encenador brasileiro Eduardo Gaspar sem acrescentar nada ao original.
Em tempos de crise quem vive da cultura passa mal, recorrer ao âmago das pessoas resulta quase sempre, já os mendigos pedem “uma esmolinha por quem lá tem”.   

domingo, 3 de agosto de 2014

IMPRENSA (DITA) SÉRIA, E TABLOIDES.


Quadratura do Circulo”, “Governo Sombra”, e “Eixo do Mal”, são programas de televisão que faço tudo para não perder, tal como ontem.

Meia-noites, aí estão eles, tema principal? “BES”, claro! Depois, a revista “Sábado” e Sócrates, e uma demonstração quase esquizofrénica de repúdio aos tabloides.

Clara Ferreira Alves até já trabalhou no “Correio da Manhã”, os outros, colaboram com jornais que já meteram a “pata na poça” e não são independentes, o “Publico” ainda há dias fez um frete à Presidência, deu bronca, mudaram de sítio uma “pedra” de cada lado e pronto!

Aos “fazedores de ideias” da nossa praça basta-lhes uns tempitos de audiência a bom nível para se julgarem deuses, a culpa não é deles, é de quem lhes dá ouvidos, quando aparece o Nuno Rogeiro eu mudo logo de canal, tenho de fazer o mesmo aos “herdeiros” da “Noite da Má Língua”.

Porque fechou o “24 Horas”? Porque a isso foi obrigado o Joaquim Oliveira, fechava ou a Controlinveste largava a mama.

Os ditos sérios são muitas vezes chulos dos chamados tabloides, os segundos investigam e publicam, os primeiros desenvolvem, os mais distraídos não dão fé, mas acontece muitas vezes.

segunda-feira, 7 de julho de 2014

TENHO QUE ATURAR CADA UM…


Por causa do caso do enforcamento (há um ano em Faro) da bandeira do licenciado em artes visuais Élsio Menau (bem) absolvido pelo Ministério Público, porque precisava de colar as biqueiras de umas sapatilhas, vi-me envolvido numa discussão que decorria no espaço (exíguo) da oficina (super-rápido) de calçado do senhor Manuel.
Entre apoiantes da decisão de julgar (e condenar) o artista, e um bêbado daqueles que vai para o porta do tasco, antes de ele abrir, como se de um centro de saúde se tratasse, que (já muito) languidamente dizia, “se eu tivesse dinheiro comprava uma bandeira, limpava o cú com ela e queria ver se a GNR me levava preso”, risada geral e alguém alvitrou, “vai-te foder, apanhavas logo uma nassa, e mandavas a bandeira pró caralho”.
A loja do senhor Manuel é mesmo muito pequenina, tem as máquinas, pouco espaço para ele se movimentar, uma estante onde guarda a obra acabada, um balcão, e a área reservada aos cliente, que tem um banco (assento) e de pé caberão mais três se forem franzinos, daí ser frequente (na hora do aperitivo que vais das 11.00 às 12.30) o passeio estar repleto, complicando a normal passagem dos transeuntes, existe mesmo uma grade para evitar que alguém seja atropelado, do género das que existem junto às escolas do primeiro ciclo.  
O senhor Manuel é um portista (como eu) ferrenho, mas como também é um democrata permite a permanência de adeptos de outros clubes, suporta mesmo a presença de mouros ferrenhos como o meu amigo de longa data, o Vaz.
Naquela casa fala-se livremente de tudo, o tema dominante é o futebol, mas também se discute política, gastronomia (porque ali come-se bem e barato, acolá era bom mas agora está fraquito), comenta-se o falecimento de alguma pessoa, e aprecia-se a forma física das “lascas” que passam, entre outros assuntos que agora não me ocorrem.
Mas voltemos ao assunto da bandeira senão nunca mais saio daqui…
Como pode alguém ser condenado por “enforcar” uma bandeira quando o senhor Presidente a hasteou de pernas para o ar na Câmara de Lisboa? Quando em 2004, aquando do campeonato europeu de futebol, o país foi inundado por bandeiras “made in China” que no lugar de castelos exibiam pagodes? Em 2013 o primeiro-ministro esteve no méxico e atrás dele viu-se uma falsificada, cagou no assunto, e agora queriam prender um artista que só desejava, com a sua arte, denunciar um estado de alma?
Rematei, “este país já é mais chinês que português”, é um pagode!
 Agora estou feito, sempre que passo, a pé, ou de carro, pelo borrachão ele grita sorrindo, “É UM PAGODE”!

sexta-feira, 27 de junho de 2014

TIRANDO O CORPO (DO MUNDO DA POLÍTICA) DE FININHO


Acreditando n’alguns que juram a pés juntos saber das aventuras de Paulo Portas na penumbra do Parque Eduardo sétimo e em quartos de hotel dos arredores diria que, na intimidade, ele contraria o ditado que diz que atrás de um grande homem há sempre uma grande mulher.
Vários jornais fizeram manchete anunciando a sua saída (em 2015) da liderança do CDS/PP, até lá vai ter de cortar os rabos-de-palha que o prendem à negociata dos submarinos, a seguir, e aproveitando-se da apatia resvalante da comunicação social portuguesa, vai renascer nas bancas com uma versão modernizada, e ainda mais audaz, do defunto “Independente”.
Num tempo em que jornais, rádios e televisão estão direta, ou indiretamente, intervencionados pelos grupos económicos que gerem a finança em Portugal, o aparecimento de um jornal independente no rumo editorial típico de Paulo Portas tem sucesso garantido, nas vendas pela espetacularidade inerente ao estilo, e na publicidade angariada por efeito da coação psicológica negativa que afetará os grandes anunciantes que evitarão, a todo o custo, o vasculhar das suas negociatas e vida privada.
Arrisco dois nomes que quase de certeza farão parte do corpo redatorial, são duas moçoilas que já conheceram o estrelato e agora andam por aí aos caídos, Inês Serra Lopes que, ainda no extinto “Independente”, se “meteu” com Sócrates por causa do caso “Freeport”, sendo por isso acusada de violação do segredo de justiça, e Filipa Cabrita que terá (hipoteticamente) ajudado Portas a desemaranhar-se do caso Casa Pia, mas que na ansia de protagonismo foi na letra do filho de um trolha de Matosinhos, que para entrar num “reality show” afirmou que o pai era o celebérrimo estripador de Lisboa desabonando-se como jornalista.
Ainda não consigo lucubrar um título, um dia destes, quem sabe?

terça-feira, 3 de junho de 2014

TRICA VENDE


O político (chique) que bateu na mulher foi o último grande furo da imprensa cor-de-rosa, se as vendas estiverem a esmorecer patrocinam mais um “lifting” a uma múmia colunável, vestem-lhe uns trapinhos (emprestados) da Fátima Lopes e é só faturar.

Os três jornais (diários) desportivos não fogem à regra, este treinador vai sair, entra aquele, o outro vai para o estrangeiro leva fulano e sicrano (jogadores), vão ganhar tantos milhões, o clube recebe xis, e o empresário ípsilon. A tiragem cai, arranja-se um imbróglio entre Luís Filipe Vieira (SLB) e Jorge Nuno Pinto da Costa (FCP) e volta a “disparar”.

Nos jornais económicos é a rixa entre os primos Espírito Santo que neste momento vende papel, mas não tardará muito e tudo volta à primeira forma, Isabel dos Santos e os chineses vieram para ficar, e durar.

Há uma área que se tem dispersado pela imprensa generalista, os editores andam distraídos?

Pulemos os tempos “quentes” da revolução, que é como quem diz, já não vamos falar (como se dizia) dos “comunas” que queriam fazer de Portugal a Cuba da Europa, nem da traição (que ainda clamam alguns retornados saudosistas) à Pátria interpretada por Mário Soares aquando da descolonização, desde a demissão “irrevogável” de Paulo Portas, passando pelas mentiras, e inconstitucionalidades do Governo (apoiadas pelo manhoso de Boliqueime), até ao desafio de António Costa a António José seguro, sem esquecer a manchete que trouxe à estampa a entrada de Marinho e Pinto no mundo da política, e logo com uma vitória que abalou o mapa partidário português. Justifica-se o aparecimento de um jornal consistente que abarcando todas as tendências virá ocupar a vaga deixada pelos jornais dos partidos que, à exceção do “Avante”, quase desapareceram.

Quem teve paciência para me ler até aqui poderá pensar, “este gajo… Bebeu, ou está tolinho de todo”, calma, eu explico.

Aposto o que quiserem, com quem quiser, que Paulo Portas abandona a política ativa antes das próximas eleições legislativas, a mudança de atitude (de mocinho bem comportado para arrogante) de Nuno Melo é já um formato de candidatura à liderança do CDS, e retirando-se Portas vai fazer o quê?

Já adivinharam, é isso mesmo, vai “estourar” aí com um semanário sobre política, só não conjeturo o título, os inimigos históricos da “Catherine Deneuve” que se cuidem, vocês sabem de quem estou a falar…

sexta-feira, 30 de maio de 2014

DO ODRE AO “PACK” COM TORNEIRINHA.


Num tempo em que já se fala de computadores que ofuscarão a inteligência humana, vejo-me agarrado às coisas que, mesmo revelando uma grande evolução, são funestas para a maioria, sou dado às coisas simples, digamos que me considero (só para dar pinta ao texto) um exotérico.
Quem (como eu) não tiver uma bolsa folgada mas apreciar uma boa copada de vinho, já constatou que aquelas embalagens (packs) com torneirinha que vieram substituir os garrafões, além de serem muito práticas, devido à sua hermeticidade, mantêm as qualidades do conteúdo até à última gota.
Mas como em tudo na vida há um senão…
Ouço frequentemente noticiarem que esta, ou aquela, marca de automóveis vai recolher não sei quantas viaturas porque um erro na montagem pode pôr em risco a vida de quem as adquiriu, no caso das caixas do vinho não faz perigar a vida de ninguém quando são mal “armadas”, mas que chateia, e por diversas vezes já me fodeu os dedos porque a torneirinha está longe (de caralho) da abertura, já!
Enviei um e-mail a uma adega (Borba) que granjeou a minha preferência, responderam-me agradecendo a chamada de atenção e dizendo, “vamos providenciar no sentido de haver mais cuidado na secção de engarrafamento”, fiquei à espera de uma atençãozita, uma ou duas garrafitas, sei lá…
Fodias-te, a vida está má para todos.

Bom fim-de-semana.

terça-feira, 27 de maio de 2014

MARINHO PINTO FOI UM TREMOR DE TERRA!

Se o ex-bastonário da Ordem dos Advogados não se tivesse candidatado às europeias o Partido Socialista alcançaria uma diferença para o PSD que serviria de suporte à liderança de António José Seguro, continuaria tudo na mesma até às legislativas.

António Costa gozaria o que lhe resta do mandato como autarca preparando a sua candidatura à Presidência da República, Carlos César (o preferido de Mário Soares) seria o “senhor que se segue” no comando dos propósitos do Partido Socialista ainda antes das eleições que podem alterar os lugares na Assembleia da República, mas…Tinha de haver um “mas” a dar cabo das conjeturas do atual presidente da Câmara Municipal de Lisboa.
O “Bochechas”, mal se levantou, agarrou-se ao tapete onde (“firme e hirto”, impávido, sereno, e sem “pressa”), Seguro se preparava para mais um bucólico dia do chefe, agitou-se a comunicação social, e Costa (finalmente) fez contas. Pensou, “se o PS não mudar de liderança já o Marinho vai-nos tirar votos nas legislativas e a coligação PSD/CDS ganha-as, não posso esperar pelas presidenciais porque essas ganha-as ele (M.Pinto) candidatando-se, vou avançar já antes que o Carlos César se adiante com o apoio do Marocas”.
Marinho Pinto, odiado pelos barões da advocacia, e pelos juízes (amparados pelo ministério respetivo) que deixam prescrever os processos dos poderosos tornou-se num herói popular, o carácter transmontano que se lhe percebe, e o sotaque que orgulhosamente mantém são a sua imagem de marca, podemos vê-lo um dia quebrar, torcer, “jamais”!

quarta-feira, 30 de abril de 2014

PRIMA_VERA

 

Na minha região (NORTE), e extrato social, vinha muitas vezes à baila o dito “quanto mais prima, mais se lhe arrima”, se um qualquer amigo do grupo saía, com alguma frequência, com uma prima era logo questionado pelos amigos, “então que... tal a tua prima?”, se eles afinassem era certo e sabido que ali havia marosca, e se às escondidas fossem ao cinema ao S. João, era certinho, o primo malhava na prima.
Para quem não saiba, vou revelar aqui uma passagem que tinha guardado para as minhas memórias.
Na minha juventude, quando o “ambiente aquecia” não podia ser como hoje que qualquer um chega a um hotel, ou residencial, aluga um quarto e está feito, nã…
Começava logo porque havia registo e menina séria não arriscava, depois a maioria do pessoal ainda não tinha 21 anos, era menor, não entrava.
Mas entra aqui o Cine Teatro S. João, a técnica era comprar um camarote (5 lugares), só para dois, claro...
Este assunto assomou-se-me porque tenho uma mente pérfida, eu queria falar era da Primavera que vai um nojo, isto é tempo que se apresente?
Nesta altura, fim de Abril, quando era novo, acabava os treinos no remo (SPORT CLUBE DO PORTO) e, malagueiro, antes de arrumar o barco, depois havia duche.
Mas não é só cá, a Primavera que era uma estação prenunciadora de fartura, no que à agricultura diz respeito, tornou-se um época certificante de violência e morte (inicialmente augurada de paz e direitos humanos) para os árabes, onde pára a euforia da grande comunicação social que fazia parangonas anunciando a queda de ditadores?
Como está o Iraque depois da intervenção dos Estados Unidos da América sob o pretexto (pelos vistos falso) da existência de armas químicas?
Marrocos, Argélia, Tunísia, Líbia (para mim, neste caso, foi para safar o Sarkosi), e tantos outros, mexeram nos “vespeiros” para quê?
E na Síria, não intervêm porquê? Já não morrem inocentes lá?
Se puxarmos o filme um bocado atrás podemos ir buscar o problema do POVO CURDO, a comunidade internacional insurgiu-se contra Saddam porque os matava, mas nunca referiam que a Turquia matava muitos mais porque não os deixava entrar no seu território e eles morria à sede e à fome nas montanhas.
A Primavera está agora a matar ali na Ucrânia, vamos ver o que “floresce” ali.
Tinha pano para mangas, mas tenho de ir abrir a porta da casa da minha filha ao picheleiro.
 
 
 
 
 
 
 

sexta-feira, 25 de abril de 2014

25 DE ABRIL DE 2014


 














Menino dos olhos tristes
De barriga a dar a dar
Olha que o pão não vem
De quem está a governar


Quem hoje manda nisto
Governa para seus pares
Prepara-te para o imprevisto
Auguram-se mais azares


Da fome faz revolta
Não podes viver do ar
Nunca vás dar uma volta
Em dia de votar


No voto reside a força
De quem quer que isto mude
Não deixes que alguém te torça
Nem que tenhas de ser rude


A palavra é muitas vezes
O remédio para os males
Mesmo que sejam soezes
Grita, nunca te cales

quarta-feira, 23 de abril de 2014

25 DE ABRIL SEMPRE!


Venham de lá os abraços
Sorrisos e roçadelas
Mas lembra-te sempre delas
Que te punham em pedaços

Elas as cassetetadas
Que em dias marcados
Levava-mos da polícia
Por estarmos ajuntados






E se continuar
O governo a roubar o Povo
Não esperes nada de novo
A repressão vai voltar

Troquem-se os cravos por balas
O revolução continua
Faça-se do Povo magalas
Saiamos todos prá rua

sexta-feira, 18 de abril de 2014

FINALMENTE

Depositei hoje as cinzas dos meus pais num lugar que muito apreciavam, junto a um velho castanheiro na Serra da Senhora da Graça/Cimbres/Armamar.
Que descansem em paz.
 

domingo, 30 de março de 2014

sexta-feira, 28 de março de 2014

A PEDIR UMA BOA PICHADELA!


A 5 de Outubro de 2005 um grupo de antifascistas reúne-se frente à antiga sede da PIDE/DGS (na Rua António Maria Cardoso/Lisboa) para protestar contra a intenção de ali construírem um condomínio de luxo, nasce nessa altura um movimento (que viria a transformar-se em associação) denominado NÃO APAGUEM A MEMÓRIA.
Apesar dos protestos o dinheiro vence e avançam todos os trâmites para transformar um prédio repleto de memórias em habitações para ricos, entretanto a empresa promotora do empreendimento GEF – Gestão de Fundos Imobiliários SA., alegando ser necessário para avançarem com as obras, retira da fachada uma placa evocativa das últimas vítimas da polícia política (a 25 de Abril de 1974) descerrada a 25 de Abril de 1980 (foto1).

Protestos intensos contra o desaparecimento da placa fazem com que o dono da obra recoloquem outra, mas a um nível baixo sem ângulo de leitura e que a deixava tapada pelos veículos estacionados (foto2), esta noite a placa voltou a desaparecer.

As nossas cidades têm sido acometidas dum “pichismo” desenfreado, ele são portas, paredes, elétricos, autocarros, comboios, etc., etc., não haverá um “pichador” que piche aquelas paredes?

Se eu morasse em Lisboa ia lá gastar uma latita!   

sábado, 8 de março de 2014

NACESSIDADE A QUANTO OBRIGAS, ou (dedicado aos meus amigos dos “AMIGOS DA FONTE DA COLHER” de Miragaia), ESTA SEMANA CAGUEI DUAS VEZES NA CAIXA.


Em Vila Nova de Gaia a água é muito mais cara que no Porto, há lugares onde é (ainda) mais cara que aqui, sou solidário com toda essa gente que é roubada descaradamente, fica a maneira que eu encontrei para poupar, quem sabe haja por aqui quem funcione biologicamente como eu.
No inverno não tomo banho pela manhã, a artrite não me deixa, quando tomo, aproveito (num balde) o máximo de água que servirá para poupar descargas quando tiver de urinar, se estiver em casa, pois (nem que seja à socapa, num recanto, ou entre dois contentores do lixo, ou num café) tento evitar fazê-lo com custos prá minha bolsa, vou até muitas vezes ver como vai o trabalho duns amigos que têm uma oficina de reparação automóvel, aqui ao lado de minha casa, quando a bexiga me começa a dar sinais.

Vocês já repararam no verso da fatura?
Pagamos, ÁGUA, consumo e disponibilidade, SANEAMENTO, saneamento e disponibilidade de saneamento, RESÍDUOS SÓLIDOS, resíduos sólidos e taxa de resíduos sólidos, TAXA DE RECURSOS HÍDRICOS, taxa de recursos hídricos água, taxa de recursos hídricos saneamento, ou seja, cada vez que abro a torneira sou taxado 8 vezes, (8 itens).

Então como faço para poupar?
Mijadela matinal, balde, lavar as bentas (desperdício), tomar café na confeitaria, fumar um cigarro na rua, duas de letra no talho (em frente à confeitaria), e regresso à confeitaria para “arrear o calhau”, forra-se a tampa da sanita com papel higiénico (os rolos deles são dos grandes) deve dar-se várias voltas, e ahhhhhhhh… c’alivio!

Agora para os meus amigos de Miragaia.
Na passada quarta-feira tive de ir ao posto da caixa de Nova Sintra (onde ainda estou inscrito, mesmo morando em Gaia) entregar umas análises que fiz no Hospital de S. João para juntar ao meu processo clínico (vá-se lá saber porque raio, se as tivesse feito no Hospital de Santo António entravam automaticamente no meu processo, mas do S. João não dá) e pedir umas receitas. Tomei café na confeitaria do costume, meti-me no carro, fumei a cigarrada, e quando estava a chegar à caixa fui direto à casa de banho, hoje, que fui buscar as receitas, tal e qual como na quarta.

Estava eu defecando calmamente e pensei, “esta semana caguei duas vezes na caixa”, recordei-me dum fiel da alfândega que, há + ou - 40 anos, confidenciou a um colega que tinha feito uma análises e até tinha cagado num frasco, ficou conhecido pelo CAGA NO FRASCO, o pobre homem não tinha sossego, a Alfândega do Porto (nos tempos em que por lá andei) era uma mundo de gente, bastava o homem aparecer e havia sempre alguém que gritava, “Ó CAGA NO FRASCO”, ele ficava furioso.

Mesmo que me chamem caga na caixa, poupo na fatura das “Águas de Gaia”.

Abraço, bom fim-de-semana.