terça-feira, 28 de fevereiro de 2012
SÓ PARA ADULTOS
Será possível passar de hetero a homo de um momento para o outro?
Escuto regularmente, na Antena 1, o programa “O amor é” de Júlio Machado Vaz com Inês Menezes, mais para ouvir os termos tripeiros que o Júlio usa com alguma regularidade que por causa dessas coisas da sexologia, não deixam no entanto de ficar algumas coisas no ouvido.
Há dias falavam da homossexualidade, de casos de homens e mulheres que ao fim de uma vida hetero tinham concluído que eram homo, dizia Machado Vaz que, com o tempo, vão aparecendo sinais como começar a apreciar a beleza de pessoas do mesmo sexo, por exemplo.
Ora bem, eu estou a ficar com algum receio, não que ande por aí a sentir que o Zé ou o Manel até sejam engraçadinhos, não, é uma coisa mais forte, mais sexual mesmo.
Quando eu era miúdo o termo chupar fazia aparecer na minha mente um chupa-chupa ou um caramelo, quando comecei a usar calças compridas a figura mudou para umas catraias, agora, aos cinquenta e nove, imagino o nosso ministro das finanças.
Querem ver que vou dar um desgosto aos meus filhos?
domingo, 26 de fevereiro de 2012
Carlinhos da Sé, o do Porto
Há já uns anos se fala (muito) do lobby gay, não sei se a promoção política de Paulo Portas (que dizem ser travesso) tem a ver com o caso, sei que quando se abordava o assunto me vinha à lembrança o Carlinhos da Sé que conheci era eu miúdo.
Aquando da inauguração do monumento a Deocleciano Monteiro, o Duque da Ribeira, gracejei, “o Duque era querido pelas gentes da zona ribeirinha do Porto foi homenageado, o Carlinhos da Sé que foi o primeiro paneleiro assumido também merecia uma estatua erigida pelos seus pares que se diz terem muito poder”.
Há dias procurei no Google se haveria alguma coisa sobre a “D. Carlota”.
Foto não havia, encontrei alguns textos, no blogue “Fiel Inimigo” - http://fiel-inimigo.blogspot.com escrevia “CARMO DA ROSA”
“Não tem muito a ver com o assunto, tanto melhor, mas vejam lá que ambos (eu e o meu amigo) ainda chegamos a ver ao vivo o Carlinhos da Sé (que Deus tem) a pavonear-se na Invicta entre a rua Escura e a rua da Banharia. O leitor que conheça bem o Porto, pergunta-se imediatamente - o que andariam a fazer dois jovens de Gaia com 13 anos de idade nestas vielas do pecado? Bem, não têm nada a ver com isso…
Para os que não conhecem o Porto (é triste mas acontece a muito boa gente) aqui vai uma curta descrição do Carlinhos, a referência por mim utilizada para situar a amizade no tempo: É preciso compreender que o personagem nos anos 60 era de longe mais famoso que o Pinto da Costa, tendo sido talvez a primeira grande bichona assumida da cidade do Porto, contribuindo à sua maneira para uma maior aceitação dos homossexuais na região do Porto.
Era vendedor ambulante de sutiãs e roupa interior e vestia normalmente um avental por cima de calças de terylene pretas muito justas à sua enorme peida de hermafrodita. Gabava-se publicamente de responder torto à autoridade quando a situação assim o exigia.”
Era vendedor ambulante de sutiãs e roupa interior e vestia normalmente um avental por cima de calças de terylene pretas muito justas à sua enorme peida de hermafrodita. Gabava-se publicamente de responder torto à autoridade quando a situação assim o exigia.”
José Martins - http://comunidade.sol.pt/blogs escreveu
“O CARLINHOS DA SÉ
Algum "Maralhal" que ler esta prosa, certamente que nunca ouviu falar no " Carlinhos da Sé".Mas os rapazes da minha idade e com menos uns 10 anitos, tenham vivido no Porto Gaia e arredores, ouviram e conheceram a figura típica da cidade tripeira o "Carlinhos da Sé".
O Carlinhos, um maricas que se movimentava, durante o dia e noite, caminhando pelas calçadas e vielas da Sé com uma cesta no braço cuja mercadoria eram calcinhas de senhoras, coletes (chamam-lhe agora "soutiens") para segurar os peitos das mulheres; meias e atilhos para as apertar nas coxas.
O "Carlinhos da Sé", oferecia festival de riso aos transeuntes quando com eles se cruzava na Mousinho da Silveira, Largo dos Loios e Caldeireiros.
As potenciais clientes da mercadoria do Carlinhos eram as "p***s" das casas de tia que abundável pela baixa tripeira.
Havia uma onde não tinha clientes: "A Micas da Boa" logo à entrada da Rua de Camões e do lado da Alferes Malheiro. As "p***s" da "Micas-da-Boa" era para os "bem-bens" do burgo tripeiro a 100 escudos a "rodada" e um dinheirão para a época!
Não se conheceram sortidas amorosos ao "Carlinhos da Sé" ou que tenha andado de amores com algum "rufia" ou azeiteiro da Rua Escura ou da Bainharia.
Era o "Carlinhos da Sé" de calças de perna curta que lhe apertavam o traseiro de tal forma a dar-lhe a aparência de "rabo" de "matrona" nutrida e de boas carnes.”
Na internet não encontrei nenhuma foto, decidi procurar quem a tivesse e encontrei, a D. Fina da Rua Escura tinha uma que de imediato me emprestou, já que estava no terreno tentei saber mais, como se chamava realmente, a idade, se era natural do Porto, foi como se se tivesse esfumado, na junta de freguesia, nada, fui mesmo ao Bairro do Aleixo, nada, soube no entanto que a D. Mariazinha da “Casa da Mãe Preta” na Ribeira seria, às tantas, quem mais dados me poderia fornecer.
Acontece que a senhora está doente e não pude chegar à fala com ela, acabei por ficar, só, a saber que, supostamente, o Carlinhos terá morado na Rua das Aldas, junto ao Terreiro da Sé tendo-se mudado para a Rua dos Mercadores, vindo a falecer quando morava na Rua dos Canastreiro (zona do Barredo), parece que, no andar assinalado na foto.
Já que por ali andava lembrei-me de outra figura do sítio, o Esterco da Ribeira, um estivador de nome Paranhos que sendo analfabeto falava várias línguas, o Esterco ainda é vivo, mora num lar, e eu disse que falava porque pelos vistos perdeu a fala, estou a tentar arranjar mais elementos sobre ele, e a foto, claro.
PS: Antes de divulgar aqui a foto do Carlinhos da Sé tentei infrutiferamente contactar com Germano Silva de quem sou leitor, não sei se ele já escreveu sobre a figura, se terá a foto, gostava de lha dar, não consegui.
sábado, 25 de fevereiro de 2012
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012
"Último jornal "Público" espanhol foi hoje para as bancas"(JN/on-line)
Eu ainda me lembro do tempo em que a administração do “Público” espanhol ofereceu uma pipa de massa ao Belmiro e ele recusou vender o diário português (com o mesmo nome) afirmando, “enquanto eu for vivo não está à venda”.
Já sei, mas amandou pasta prá Holanda!
Polacos
No Porto teriam levado no focinho logo à primeira e andavam pianinhos, com javardos destes e tendo virado à direita não prevejo grande futuro àquela terra.
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012
A regateira ainda não se escondeu.

Ainda os vou ver de capacete da tropa, está a faltar barulho a sério, será que só gastam bombas nas caixas multibanco?
terça-feira, 21 de fevereiro de 2012
Se não os prenderem os roubos vão continuar.
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domingo, 19 de fevereiro de 2012
Homenagem (póstuma) a D. Armindo Lopes Coelho
Não gosto de padrecos nem acredito naquilo que, profissionalmente, eles representam tal qual acontece com a iurd.
A D. Armindo, que eu recordo sempre vendo-o um padre jovem a subir do seminário maior para o Terreiro da Sé, a dar um nó na batina e jogar a bola connosco num tempo em que se ia preso por jogar a bola na rua, eu devia esta homenagem.
Antes do 25 de Abril de 1974, D. Andrade substituía o exilado D. António Ferreira Gomes, por diversas vezes vi aquele que viria a ser D. Armindo bispo do Porto intrometer-se na vida quotidiana das gentes do morro da sé, era homem para ralhar em plena rua se preciso fosse, era também homem para, a pedido ou por iniciativa própria, se deslocar à esquadra a saber que tinha acontecido com este ou aquele, nunca conheci nenhuma atitude sua que fosse contra os mais fracos, se fosse preciso barafustar para as pessoas aprenderem ele não se acanhava, voltava ao seu tom normal de pessoal muito calma como se nada se tivesse passado. Quem não gostava muito dele eram as beatas, era recíproco.
Homem que mandava afastar os poderosos para deixar passar o Povo, que gostava mais que eu do Futebol Clube do Porto, de D. Armindo eu já tinha saudades antes mesmo de ele morrer.
A D. Armindo, que eu recordo sempre vendo-o um padre jovem a subir do seminário maior para o Terreiro da Sé, a dar um nó na batina e jogar a bola connosco num tempo em que se ia preso por jogar a bola na rua, eu devia esta homenagem.

Homem que mandava afastar os poderosos para deixar passar o Povo, que gostava mais que eu do Futebol Clube do Porto, de D. Armindo eu já tinha saudades antes mesmo de ele morrer.
Conclusão
Como o dinheiro não abunda, devo mudar de canal, ou desligar, sempre que esta gaja aparecer na televisão.
sábado, 18 de fevereiro de 2012
Cavaco Silva enoja.
Eu pensava que o manhoso de Boliqueime já tinha feito tudo de mal que havia a fazer, não, como bom algarvio ele tem sempre mais uma surpresa, agora barricou-se.
Foge dos estudantes e dos jornalistas, como comandante supremo das forças armadas deixa o rasteiro Aguiar Branco tratar a tropa abaixo de cão, deixa que se insultem os funcionários públicos como fez há dias João Almeida do CDS/PP, está a ficar tolinho.
Ele nunca mais foi o mesmo desde aquele desmaio na tomada de posse do Guterres, diz-se que sempre que tem de encarar o Portas se nota raiva no olhar, começa a tomar Xanax logo de véspera, está mesmo doido de todo, não acredito que cumpra o mandato.

Ele nunca mais foi o mesmo desde aquele desmaio na tomada de posse do Guterres, diz-se que sempre que tem de encarar o Portas se nota raiva no olhar, começa a tomar Xanax logo de véspera, está mesmo doido de todo, não acredito que cumpra o mandato.
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012
A "dança" dos treinadores
Afinal as imagens (retiradas) do túnel de Alvalade não eram inocentes, parece no entanto que a intenção apontada por muitos, de intimidar os adversários, estaria errada, a ideia parece ser amedrontar os jogadores da casa, depreende-se da nomeação de Sá Pinto como treinador principal.
Se houver “ chicotada” na Luz o Orelhas irá buscar o Mozer?
Eu acho que não, os lampiões estão numa de paz e amor, eram até capazes de ir buscar o Nené e o filho(a).
terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
Gaia Hotel não paga salários e chama polícia para retirar trabalhadores
O dono deste hotel é também dono da Quinta S. Salvador onde há uns meses um grupo jogava a bolha e foi assaltado, é ainda gestor de condominio da Quinta das Corgas e onde tentou aumentar a mensalidade e perante a recusa dos condóminos ameaçou meter ciganos nos prédios.
O senhor José Oliveira é um artista, será que vai fintar a justiça muito mais tempo?
sábado, 11 de fevereiro de 2012
Laborinho Lúcio
As declarações de Laborinho Lúcio em entrevista hoje à SIC Notícias chamaram-me a atenção quando ele disse que “ao ocupar um cargo político, era um político”, esta pareceu-me dedicada a um manhoso algarvio, gostei também de o ouvir referir-se à conversa com um antigo juiz conselheiro quando pensou ser juiz, ter-lhe-á dito o velho senhor, “olha meu rapaz, se chegares a juiz lembra-te quanto mais gravata, mais cadeia”, esta última deve ter desagradado a muita gente.
Pena que estes senhores não tenham coragem para pôr em prática as suas convicções quando têm a faca e o queijo na mão, mesmo assim gostei da entrevista.
GRUPO FDO - FDO-SE!
FDO-SE
A banca fechou-lhe a porta, declarou insolvência,
dívida ultrapassa os 220 milhões de euros - só a fornecedores são 80, pode ser que os autarcas que lhe deram dimensão o ajudem agora.
Do senhor Ferreira não tenho pena, tenho dos trabalhadores que estão há 3 meses sem salários, o costume.
Não quero ser ave agoirenta mas des confio que mais mês menos ano à Britalar vai acontecer o mesmo.
Lá vai o Bexiga para o desemprego.
E agora?
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012
Produções Humordatreta
Vê-se que não sou o autor da gravura já que o equídeo protagonista seria o do D. Pedro IV e a cena desenrolar-se-ia na Praça da Liberdade do Porto.
“Ganda nóia”, ahahahahah… tá muito fixe, a referência ao Paulinho é a célebre cereja.
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
A vingança dos retornados.


Eu andei anos a chamar a atenção das pessoas para os retornados, pois bem, aí estão eles, lobby?
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
Puta que o pariu
Dei-me hoje conta que começo os dias, excepto sábados e domingos, com um palavrão, puta que o pariu, destinatário? O despertador.
Levanto-me, tomo um café na confeitaria e lá vão 5 cêntimos a mais que o mês passado, que é que se me assoma ao pensamento? Pois!
Passo os olhos pelos jornais e leio que o nosso Primeiro disse que devemos ser “menos piegas”, que nós “não somos a Grécia”, ponho-me a pensar, pois não, não somos mesmo, o ordenado mínimo deles são 751 euros e têm 15º mês, adivinhem que é que digo baixinho pensando em Pedro Passos Coelho.
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012
Espírito Santo ensombra a inauguração da nova sede da CPLP.
No dia em que se inaugura em Lisboa a nova sede da CPLP–Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, sabe-se que um administrador do BES-Banco Espírito Santo é (segundo o Jornal “i”) expulso de Moçambique por insultar os trabalhadores com dichotes racistas. José Alexandre Pinto Ribeiro “mimava” com frequência os empregados, “Porra, pretos de merda, vocês não sabem nada, seus amadores, incompetentes, vocês não têm perfil para trabalhar neste banco, Eu aqui mando, vão para a rua”, além de insultar os trabalhadores obrigava-os a trabalhar, por vezes, até às duas horas da madrugada sem direito a descanso nem remuneração. Noutros tempos o Pinto regressava à terra já encaixotado.
Balido foleiro.

Ontem, o Conde de Celorico, a propósito da ameaça dos dadores de sangue por causa das taxas moderadoras, excedeu-se, está a ficar como o esganiçado do bolo-rei, um dia destes também vai mandar alguém dizer que tem escutas instaladas, vão aparecer uns barulhos no youtube rotulados de "o Marcelo e o namorado", vai ser ele a dar o mote para lhe descobrirem a careca.
Vai-se gastar uma pipa de massa em monitores, estes gajos não podem andar à rédea solta.
domingo, 5 de fevereiro de 2012
Pode-se sentir vergonha por interposição?

Nazis

"A Ópera de Berlim queria estrear a obra de Wagner, Rienzi, na data de aniversário de Adolf Hitler, mas um coro de protestos na alemanha levou à alteração da data. " (DN)
Terá o resto do mundo de se unir para voltar a destruir a Alemanha?
sábado, 4 de fevereiro de 2012
O chorão já dá entrevistas no Porto.
Luís Filipe Menezes vai deixar, porque a lei não permite a sua reeleição, a Câmara de Gaia, anda há muito a fazer-se à do Porto.
Não se comove quando lixa os gaienses, no entanto parecia uma menina a chorar quando levou um pontapé no traseiro e caiu da liderança do PSD.

Pressinto que vai dar com os burros na água, porque, quando se candidatar ao Porto o líder do PSD já será o Rui Rio, e depois o Porto não é Gaia, não vai à bola com chorões.
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012
Do blogue "FIEL INIMIGO"
http://fiel-inimigo.blogspot.com
Terça-feira, 10 de Janeiro de 2012
Maçonaria: trauma de infância...
Isto é uma dedicatória ao Streetwarrior, pelo seu combate sem tréguas contra a maçonaria.
Tenho cá uma fezada que a maçonaria, muito falada actualmente em Portugal, é um trauma que se manifesta em homens adultos, mas que foi provocada durante a infância por uma grande carência de brincadeira devido certamente a pais demasiadamente ambiciosos ou opressores. Todos nós, à excepção dos maçons, tivemos durante a nossa infância um sítio escondido, secreto, que só nós e os nossos amigos mais íntimos conheciam. Refiro-me nomeadamente, mas não só, ao brincar às cabanas. Nos maçons essa necessidade premente de recrear a experiência das cabanas, do só-nós-é-que-sabemos, aparece inevitavelmente tarde, quando já são adultos. E é compreensível que a coisa tenha que ser mantida em segredo. Ninguém gosta de apregoar as suas taras aos sete ventos! Sejam elas brincar com comboios eléctricos, soldados de chumbo ou vestir um avental de couro e celebrar ritos estranhos…
A minha cabana e dos meus capangas, no bairro do Cedro em Gaia, encontrava-se a 6 metros de altura, no topo de um carvalheiro milenar situado num espécie de jardim junto à escola. Aí passamos grande parte da nossa infância contando anedotas, trocando cromos de futebol ou fazendo considerações sexuais sobre as mulheres que passavam por baixo sem nos ver – havia mesmo quem aproveitasse o momento para ‘esfolar o galho’, passe a expressão mas fica muito bem neste contexto. Até cagar lá de cima era possível, tal era o nosso à vontade no topo desta árvore! Os cagalhões estatelavam-se no início do tronco, o que impedia durante uns dias outros de iniciar a já de si difícil escalada. maçon antes de colocar o avental
E assim passávamos as férias de verão, como tantos outros rapazes espalhados pelo país: ouvindo Beatles e gravando peidos num gravador de fita no quarto dos Rufinos até altas horas da madrugada. Os peidos, filtrados por um amplificador e reproduzidos com muitos decibéis através de colunas poderosíssimas acordavam a família e a vizinhança e provocava em nós uma alegria infinda e uma galhofa que durava horas – isso sem ajuda de haxixe ou outros estimulantes de que nós ainda não conhecíamos a existência. Enfim, era melhor do que sexo, coisa que também só conhecíamos de revistas. E a falta
de sexo impelia-nos inevitavelmente para actividades agressivas. Como por exemplo combates de bolotas. Era perigoso e aleijava pra caraças, mas sempre era menos grave do que atirar pedras em direcção de um bairro limítrofe, chamado “bairro das quatrocentas”(era constituído por 400 casas). Para chegar às quatrocentas as pedras tinham que descrever um arco por cima da auto-estrada A1 que separa os dois bairros e que tinha sido acabada de construír, ligando apenas o Porto aos Carvalhos. É claro que havia sempre uns nabos que não conseguiam lançar as pedras para o outro lado e elas caiam encima dos carros! Na altura o facto foi publicado nos jornais e visto como acto de vandalismo contra automobilistas! Mas não, era apenas aselhice. Confesso que nunca acertei num carro. Não é para me gabar, mas atirar pedras a grande distância era dos melhorezinhos…
E quando não jogávamos futebol, o nosso ‘core business’ a seguir a tocar à sebastiana, roubávamos fruta em Laborim (zona rural). Aproveitando logo a seguir para nadar numa presa de água, conhecida pela “presa das senhoras” e que ficava junto a uma mina abandonada de volfrâmio. Entre dois mergulhos penetrávamos por vezes no interior da mina para caçar morcegos, libertando-os mais tarde em sítio que pudesse assustar gente, e os pobres morcegos. Enquanto uns nadavam, outros cabrões havia que se divertiam a “ferrar a pulga”: dar um nó bastante esticado nas peúgas ou calças dos incautos! Imagine-se a filha-da-putice, uma pessoa querer vestir-se e não poder…
Na tal presa tínhamos frequentemente um conflito de interesses com o lavrador dos campos anexos. Eu explico. O lavrador servia-se da presa como fonte de rega para o seu milheiral, e por isso, quando julgava oportuno, abria uma das extremidades para a água poder correr livremente para os seus campos. O nosso interesse era precisamente contrário: fechar a presa o mais depressa possível para que houvesse água suficiente para nadar e dar um cafunho sem enterrar os cornos no lodo depositado no fundo da presa. Quando o lavrador, a centenas de metros da presa, notava que a água não corria, vinha sorrateiro entre o milho armado com uma vara (a gente dizia fueiro) e, sem dizer água vai, toca de malhar em todo aquele que não fugisse a tempo ou mergulhasse na presa…
Por vezes algum de nós antecipava a chegada do lavrador, avisando imediatamente a malta com a palavra de ordem que todos nós conhecíamos: OLH’ Ó VELHOTE…. Era o sinal para recolher a roupa e em pêlo atravessar o milheiral (que sofria bastante) em correria desenfreada. Do outro lado do campo de milho havia um tanque onde mulheres lavavam a roupa. Ao verem-nos passar a correr naqueles propósitos: nus, descalços e com a roupa debaixo do braço, havia sempre uma que exclamava: ISTO É GANDULAGE DO CEDRO…
Da gandulage do Cedro, que eu saiba, nenhum ingressou na maçonaria….
Publicada por Carmo da Rosa
Delicioso este seu texto, somos mesmo da mesma geração e pelos vistos do mesmo meio social, vocês banhavam-se num tanque e nós no Rio Douro, empoleiravam-se numa árvore, nós refugiávamo-nos numa gruta natural na antiga ilha do Trinta saltando
um muro nas Escadas do Barredo, “esgalhava-se” para ver quem chegava primeiro, quanto à fruta, como não haviam pomares, ia-se às camionetas que estavam a descarregar no mercado Ferreira Borges, aos caixotes e aos cachos de bananas pendurados à porta das mercearias.
As pedradas, serviam para tudo, desde as guerras Sé/Ribeira à tentativa de acertar em qualquer coisa, os alvos preferidos eram as guaritas da guarda-fiscal junto ao rio.
Ainda há dias falei com uma pessoa amiga sobre as minas da serra de Laborim.
O vosso “OLH’ Ó VELHOTE” era o nosso OLH’ Ó POLÍCIA.
Espero que não leve a mal eu publicar no meu blogue este seu texto que me deu a mesma sensação de viagem no tempo tal qual os livros do Germano Silva, para terminar e por falar em polícia, parece que ainda sinto as correadas do meu pai no dia da minha comunhão solene.
Levantei-me por volta das sete da manhã para tomar banho e vestir o fatinho com aquele laço no braço, as primeiras calças compridas, à homem, até esse dia, fizesse calor ou frio, andei sempre de calções, devia ser para cicatrizar melhor os joelhos que andavam quase sempre esmurrados.
Voltemos ao dia da comunhão, lá fui para a igreja, por volta das dez horas já quase não via com a fome, era quase uma da tarde quando acabou a cerimónia, deram-nos um saquito de plástico com uns biscoitos e um Sumol, entretanto tínhamos de esperar pelo diploma, os velhos foram para casa adiantar o almoço melhorado. Logo apareceu uma bola de plástico para uma partida no adro enquanto o senhor abade não fazia a chamada para a entrega do certificado, para não esmurrar o verniz dos sapatos tirei-os e às peúgas, tínhamos dados uns toques quando apareceu o mono, foi a debandada em direcção à igreja, ficando para trás sapatos, coturnos e bola, praí uns vinte pares estavam alinhados na soleira da porta da escola da Protectora à Infância que ladeava o adro da Igreja de Santa Clara, era mesmo ao lado do Aljude, o guarda não conseguiu levar todos, levou os meus, azar.
Imagine o quadro quando cheguei a casa, todo aprumadinho e descalço, ainda ia a meio da explicação e já tinha levado quatro bufardos do velho, nem mudei de roupa, toca a andar para a esquadra, eu à frente o meu pai atrás.
Abreviando, voltei a levar nas ventas na esquadra e quando cheguei a casa, almoço? De grilo.
Falta só acrescentar que o meu pai era polícia e eu era daqueles que tinha a mania que era duro, levava mas não chorava, era burro!
Abraço.
PS: Os tais "cagalhões" usavam-se muito nos puxadores dos carros de quem a malta não gostava, até o da porta do comandante da PSP não escapou.
Delicioso este seu texto, somos mesmo da mesma geração e pelos vistos do mesmo meio social, vocês banhavam-se num tanque e nós no Rio Douro, empoleiravam-se numa árvore, nós refugiávamo-nos numa gruta natural na antiga ilha do Trinta saltando

As pedradas, serviam para tudo, desde as guerras Sé/Ribeira à tentativa de acertar em qualquer coisa, os alvos preferidos eram as guaritas da guarda-fiscal junto ao rio.
Ainda há dias falei com uma pessoa amiga sobre as minas da serra de Laborim.
O vosso “OLH’ Ó VELHOTE” era o nosso OLH’ Ó POLÍCIA.
Espero que não leve a mal eu publicar no meu blogue este seu texto que me deu a mesma sensação de viagem no tempo tal qual os livros do Germano Silva, para terminar e por falar em polícia, parece que ainda sinto as correadas do meu pai no dia da minha comunhão solene.
Levantei-me por volta das sete da manhã para tomar banho e vestir o fatinho com aquele laço no braço, as primeiras calças compridas, à homem, até esse dia, fizesse calor ou frio, andei sempre de calções, devia ser para cicatrizar melhor os joelhos que andavam quase sempre esmurrados.
Voltemos ao dia da comunhão, lá fui para a igreja, por volta das dez horas já quase não via com a fome, era quase uma da tarde quando acabou a cerimónia, deram-nos um saquito de plástico com uns biscoitos e um Sumol, entretanto tínhamos de esperar pelo diploma, os velhos foram para casa adiantar o almoço melhorado. Logo apareceu uma bola de plástico para uma partida no adro enquanto o senhor abade não fazia a chamada para a entrega do certificado, para não esmurrar o verniz dos sapatos tirei-os e às peúgas, tínhamos dados uns toques quando apareceu o mono, foi a debandada em direcção à igreja, ficando para trás sapatos, coturnos e bola, praí uns vinte pares estavam alinhados na soleira da porta da escola da Protectora à Infância que ladeava o adro da Igreja de Santa Clara, era mesmo ao lado do Aljude, o guarda não conseguiu levar todos, levou os meus, azar.
Imagine o quadro quando cheguei a casa, todo aprumadinho e descalço, ainda ia a meio da explicação e já tinha levado quatro bufardos do velho, nem mudei de roupa, toca a andar para a esquadra, eu à frente o meu pai atrás.
Abreviando, voltei a levar nas ventas na esquadra e quando cheguei a casa, almoço? De grilo.
Falta só acrescentar que o meu pai era polícia e eu era daqueles que tinha a mania que era duro, levava mas não chorava, era burro!
Abraço.
PS: Os tais "cagalhões" usavam-se muito nos puxadores dos carros de quem a malta não gostava, até o da porta do comandante da PSP não escapou.
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