A Feira do Livro do Porto que há uns anos a esta parte se tem vindo a realizar no Pavilhão Rosa Mota, para o ano deverá, segundo Rui Rio, regressar à Avenida dos Aliados.
Eu fui dos que estiveram contra a mudança radical da referida avenida, porque se acabou totalmente com o verde, mas principalmente porque da tradicional calçada portuguesa não restou nem um bocadinho para amostra.
Já vozes se levantam contra o regresso da feira do livro a "casa", o meu amigo (jornalista) Germano Silva defende que a feira se poderia transferir para o Jardim de Arca D'Água, ajudaria a revitalizar um espaço sem vida.
Germano Silva, que muito admiro, e invejo, porque conhece a Invicta como muito poucos, que me desculpe, mas a Avenida dos Aliados como está agora é quanto a mim o lugar ideal, não conheço números nem sei se há registo de visitantes de quando era na avenida e depois no Palácio de Cristal, sei que para a visitar nos últimos anos me deslocava lá expressamente uma vez, enquanto que antigamente, porque estava num lugar de passagem passava por lá quase todos os dias.
A Cidade
Poema: José Carlos Ary dos Santos
A cidade é um chão de palavras pisadas
a palavra criança a palavra segredo.
A cidade é um céu de palavras paradas
a palavra distância e a palavra medo.
A cidade é um saco um pulmão que respira
pela palavra água pela palavra brisa
A cidade é um poro um corpo que transpira
pela palavra sangue pela palavra ira.
A cidade tem praças de palavras abertas
como estátuas mandadas apear.
A cidade tem ruas de palavras desertas
como jardins mandados arrancar.
A palavra sarcasmo é uma rosa rubra.
A palavra silêncio é uma rosa chá.
Não há céu de palavras que a cidade não cubra
não há rua de sons que a palavra não corra
à procura da sombra de uma luz que não há.
Zé Porto
2 comentários:
Se estiver calor derretemos.
Arca d'água é mais fresquinho.
Ou então no Palácio, mas fora da nave.
Um abraço
Ora bem, tinha-me esquecido dessa outra possibilidade que o GERMANO referiu, na Av. da Tílias, também não estava mal, mas Arca D'Água?
É muito fora de mão.
De qualquer maneira podemos contar com uma chuvinha sempre que há feira, e o nabal agradece...
Ó Figas, não é nada consigo...
Abraço
Zé Porto
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