quarta-feira, 24 de setembro de 2008

FERNANDO NOBRE à "Notícias Magazine"


Só hoje tive oportunidade e disposição para passar os olhos pela revista “Notícias Magazine” do passado Domingo, não tinha reparado na referência da primeira página, na rubrica "Todos Os Nomes" (pág.30 a 35 incl.) uma entrevista com o homem em quem votei no concurso dos maiores portugueses promovido por um canal de televisão.

Só porque julgo que poderá haver alguém por aqui que possa não ter lido, e que se calhar gostava, passo a transcrever.


FERNANDO NOBRE

Nem ai nem ui é como anda na vida este senhor, como o outro senhor que um dia operou a sangue frio numa cubata do Chade Fernando Nobre é um homem íngreme e maiúsculo que, além de amar a justiça e a palavra encorpada, ama os seus jacarandás e araucárias do jardim do Poço do Bispo. Retrato a sépia do pai fundador da AMI, um dos últimos bastiões do lirismo humanista português perdido nos feudos de D. JoãoII.

Entrevista: TIAGO SALAZAR e MARIA JOÃO MARTINS.

INCONFORMISMO «Digo muitas vezes que isto só se resolve com metralhadora e confesso que tenho uma certa admiração pelo meu colega de profissão Che Guevara.»

Como gostaria de se apresentar: "O perfeito homem alegre que sofre na carne as dores do mundo"...?

Confesso que gosto de brincar. Diria que sou um optimista inconformado, que gosto de rir e contar histórias, mas não consigo tirar uma roupa que fui vestindo ao longo dos anos e que é pesadinha. Pessoalmente, acredito que todos nascemos com alguns pressupostos e, depois, ao longo da vida, vamos sendo marcados por todo um caminhar que fazemos. Na adolescência, fui marcado pela necessidade de deixar a minha familia, quando me transferi de Angola para o Congo com o objectivo de estudar, e depois, de forma mais drástica quando houve ali uma guerra civil e o meu pai tomou a resolução de me mandar para Bruxelas. Eu tinha 15 anos e este afastamento pesava-me tanto que os outros alunos do liceu apelidaram-me de «taciturno. Lembro-me de que passava sozinho todos os intervalos das aulas. Nestes últimos 25 anos de acções humanitárias houve outras imagens que marcaram muito esse meu caminhar. Como a de uma menina iraniana, queimada a noventa por cento, a quem eu punha pomada na cara, embora soubesse que não a conseguia salvar. Muitas vezes estou aqui em Portugal, no gabinete da AMI ou em casa, mas o meu pensamento está a viajar ao encontro dessas imagens. Como podem ver, a minha biblioteca está cheia de objectos que trago dessas missões, até pedras que, para mim, têm muito significado, embora saiba que, quando eu morrer, tudo aquilo se perderá. Sento-me aqui num cadeirão e revejo a minha vida através deles.

O facto da sua personalidade resultar de um cruzamento de sangues e etnias tornou-o mais sensível às dores da humanidade?

Acho que foi uma grande sorte. Logo à partida, eu soube que tinha uma trisavó filha de um grande soba de Cabinda, um antepassado brasileiro grande proprietário, mas também sangue de huguenotes que fugiram da França no século XVII, sangue português natural de Távora. Após a extinção da casa de Távora, este ramo da minha família tornou-se a mais poderosa da região. Também sangue cristão-novo. Ainda miúdo, sem saber, sentia que era fruto de um grande cruzamento e de uma grande mistura. Hoje sou católico, mas não pratico. Sobretudo não sou de parte alguma, mas sou de muitas partes.

Quando tomou consciência dessa herança?

Na adolescência. Havia alguns tabus na família, como um antepassado que era padre e teve cinco filhos, o mais velho dos quais foi o meu avô.

Esses tabus «aguçaram-lhe» a curiosidade?

Sim, muito, até porque eu sou um apaixonado pela História (os meus filhos, quando falo de dinastias, dizem: «Lá vem o pai com os Afonsos»). Acredito que as minhas diversas origens participaram na minha maneira de ver o mundo. Somos todos fruto do acaso mas também determinamos o nosso destino. O meu pai via-me como professor catedrático e cirurgião cardíaco. Tenho cartas em que ele me fala desse sonho. Eu sempre quis chegar ao fim da minha vida e dizer: «Ok, já está. Percebi porque é que o ser humano é assim.» Sempre tive a ideia que não teria uma vida longa e, como tal, teria de andar depressa.

Acha que está no bom caminho?

Há coisas que já percebi, outras não. Há uma essencial o ser humano anda à procura de alguém a quem ama, de ter uma vida digna, ver os filhos crescer com saúde e viver em paz. De pois há uma pequena minoria que anda neste mundo em busca de poder e que, em nome disso, está disposta a tudo. Quanto a mim, são mecanismos cerebrais desviados. Entrámos no século XXI, mas lemos "A República", de Platão, e percebemos que, em dois mil anos, o que aprendemos foi nada. Sem dúvida que vivemos melhor que Luís XIV mas, em termos de inteligência, os espíritos luminosos da humanidade não conseguiram frutificar o seu exemplo.

Sempre quis ser médico?

A minha mãe sempre me disse que aos cinco anos eu já dizia que queria ser médico para dar picas nas «rabas» das senhoras. Houve um pequeno período, talvez aos 14 nos, em que quis ir para Belas-Artes, mas a Medicina, que era a primeira escolha, acabou por triunfar. Não quis ser especialista em Medicina Interna ou Neurologista, mas cirurgião porque sou um operativo, um homem de acção. Penso que no nosso país temos demasiada cátedra - em Bruxelas eu era «apenas» o Sr. Nobre - e essa característica torna-nos pouco operacionais. A única vez em que fomos um país interventivo no panorama internacional foi sob a liderança de um homem extraordinário: o rei D. João II, que morreu aos quarenta anos, mas foi o nosso grande estadista. Depois dele (morreu em 1495) passámos a viver em regime de masturbação mental.

Sente-se um missionário laico?

Há uma componente mística na minha vida. Nós falamos das missões da AMI (embora sejamos completamente laicos) porque temos um enorme respeito pelos missionários, sejam de que tendências forem.

Esse respeito é um legado da infância africana?

Sempre vi os missionários com grande consideração porque só pessoas com uma imensa fé conseguem fazer um trabalho daqueles, em prol dos outros, por vezes sem nunca mais regressar às suas pátrias. Tenho visto trabalhos extraordinários (escolas, hospitais) feitos por eles, em muitas partes do mundo. Desde a minha infância que nutro grande admiração por Albert Schweitzer, que era um missionário médico. Professor na Universidade de Estrasburgo, abandonou tudo quando chegou ao Gabão em 1913, onde morreu em 1965. Claro que muitas vezes eram intolerantes, mas temos de nos situar na época. Vasco da Gama, quando apanhava um barco árabe no golfo Pérsico, incendiava-o com a tripulação a bordo; os Távora foram massacrados à paulada, em público, mas, uma vez mais, temos de nos situar no tempo. Falamos de homens duros. Um corte de espadeirada dava infecção, gangrena, morte. Reparem que, no final do século XIX, ainda se operava de mãos nuas. Nas guerras napoleónicas, o risco de infecção resolvia-se com uma amputação do membro. Hoje fazemo-la num bloco operatório; naquele tempo, fazia-se um garrote e cortava-se a carne com uma faca e o osso com um machado. Não havia anestesia. Quando muito ministrava-se um pouco de álcool para atordoar o paciente. Em muitas partes do mundo testemunhei a persistência dessa dureza. No Chade apareceu-me um senhor com um tumor numa perna. Dei-lhe um corte de uns vinte centímetros e só depois perguntei à enfermeira se lhe tinha dado anestesia local. Tinha-se esquecido e, no entanto, o homem não fez ai nem ui. Mas vivi muitas histórias destas.

CRÍTICA «As Nações Unidas são o que os Estados querem que ela seja. Há dramas que só foram possíveis porque a ONU não pôde ou não quis actuar.»

Sentiu alguma vez resistências das populações aos métodos da medicina contemporânea?

Várias vezes. Na guerra com a Líbia tive de fazer várias amputações a jovens. Dizia-lhes o que tinha de fazer mas, de um modo geral, respondiam que tinham de ir falar com o “maragu”, o curandeiro. Mais tarde voltavam, a dizer: «O “maragu” diz que médico branco tem razão.» Reparem, eu não posso humilhar os “maragus”, até porque quando eu não estou lá só lá estão eles e é com eles que estas populações vivem há séculos. Por outro lado, estou consciente de que a medicina ocidental ainda tem de aprender com eles em matéria de ervanária. Um exemplo: o quinino vegetal é fundamental no tratamento das malárias resistentes. Não é por acaso que as grandes indústrias têm investigadores no terreno a estudar estas farmacopeias. Isola-se o princípio activo e depois põe-se-lhes a patente em cima, criando produtos farmacêuticos. Muitos deles foram determinantes no aumento da esperança de vida.

A chegada de uma missão deve gerar sentimentos diversos.

Temos três tipos de missões: a de grande emergência; a de longo curso, que exige um conhecimento antropológico e social mais profundo; imaginemos uma missão no Senegal ou no Togo. Algo tão simples como abrir um poço de água exige que reunamos os velhos da aldeia para que eles nos indiquem onde podemos construir. Se o fizéssemos numa água que eles consideram tabu, ou sagrada, ninguém lá iria. São reuniões de muitas horas de conversa, após as quais são tomadas as decisões, mas um projecto de desenvolvimento que não escute as populações está votado ao total fracasso. O terceiro modo de intervir leva-nos a envolver os parceiros locais. Temos de ouvir sempre a outra cultura.

Como são escolhidas as missões?

A AMI recebe inúmeras solicitações, mas interessa-nos ter parceiros locais. Quando se deu o levantamento da junta militar na Guiné-Bissau, em 1998, só pudemos actuar como actuámos porque tínhamos um parceiro no Senegal que nos permitiu entrar na Guiné. O mesmo aconteceu no Afeganistão, junto dos afegãos que fugiram para a fronteira, porque tínhamos já um parceiro no Paquistão. Em Timos também. Assim vamos estabelecendo uma rede de contactos que nos permite acorrer a uma grande urgência.

Esses contactos são ONG?

Sim, sim. A AMI recebe por ano cerca de 750 pedidos de intervenção. Actualmente temos projectos em 23 países, mas o nosso historial já conta com 56, oito com equipas médicas nossas, os outros em parcerias com ONG locais. Eles conhecem melhor que ninguém as suas necessidades – estão implantados, têm os recursos humanos e muitas vezes falta-lhes a capacidade financeira. Dou-lhes exemplos: no Togo, compra de terreno com mangueiras, venda de mangas no mercado para a ONG poder viver. Tentamos apoiar projectos de auto-liquidez das ONG para que daqui a cinco anos não precisem de nós. O objectivo é duplo, na medida em que reverte quer para as populações quer para as próprias ONG. Quando se deu o “tsunami”, cheguei ao aeroporto de Colombo, no Sri Lanka, e estava lá um padre à minha espera mostrando um cartaz com o meu nome. Perguntei-lhe como sabia que eu vinha e ele respondeu que tinha recolhido um relatório da Comissão para os Direitos Humanos na Ásia onde se dizia que eu chegava ali naquele avião. Graças a isso conseguimos montar a missão. Se não integrássemos redes, seria muito difícil trabalhar, senão impossível.

Conseguem acorrer a todos os pedidos?

Não, de modo algum.

Por falta de voluntários?

Os nossos principais problemas são, de facto, os recursos humanos. Há uns anos mandámos cartas para os médicos de todo o país, recorrendo ao arquivo da Ordem. Responderam-nos trezentos, num universo de cerca trinta mil. A esses mandámos um folheto com informações mais detalhadas. Responderam-nos mais ou menos sessenta. Salvo em momentos quentíssimos (por exemplo Setembro de 1999, quando toda a gente queria ir para Timor), depois passa o fogacho.

Há muitas desistências?

Temos pessoas que querem voltar a Portugal após uma semana. Fazemos uma reunião preparatória com filmes e fotografias, mas nada é real até se pôr lá os pés. Enquanto não se apanha uma malária, não se corre um risco sério (para se ir de Bissau a Bolama vai-se numa canoa) não se sabe o que é.: nos anos noventa, quando a União Soviética se desmoronou, tivemos missões no Azerbaijão e na Geórgia. Aqui instalei a missão (de três pessoas) numa casa – três quartos, um quarto para cada um, e eu fiquei num sofá. O enfermeiro português deu-me cabo do juízo: queixava-se do pequeno-almoço, da cama, de tudo. Ao fim de uma semana não aguentei mais e despachei-o para Portugal. Não sei se vou acabar a minha vida a comer um prato de sopa. Penso muitas vezes nesse grande homem que foi o Aristides de Sousa Mendes (cônsul de Portugal em Bordéus, à data da invasão da França pelas tropas alemãs, na Primavera de 1940). Para defender judeus na Segunda Guerra Mundial, morreu pobre e abandonado, a queimar móveis para se defender do frio. Estamos a falar de uma família com «pergaminhos». Também já vi na ex-Jugoslávia cirurgiões cardíacos a viverem na rua. Se isso acontecer, espero encontrar um centro como a AMI.

INDIFERENÇA «Para o Ocidente, morrerem dez milhões de negros representa o mesmo do que se morressem dez milhões de moscas.»

Já passou fome?

Já, não por razões financeira, mas no Chade, onde durante todo o dia bebia chá e amendoins. Estava tão farto que, às tantas, comprei uma cabra e degolei-a (embora saiba que não volto a degolar animal nenhum porque é-me pura e simplesmente insuportável).

Como são os seus sonhos, ou devemos antes dizer pesadelos?

Em geral, é quando estou deitado na cama. Uma rapariga de vinte anos, na fronteira entre o Zaire e o Ruanda, chegou nas últimas junto de mim. É uma das caras que não vou esquecer.

São essas imagens que não o deixam desistir?

Sim, porque acho que tenho a capacidade de ajudar alguém. Uma das minhas maiores alegrias é ir a um dos centros sociais da AMI que estão a trabalhar no nosso país a fornecer mais de mil almoços por dia. Mas há momentos em que penso que podia estar a tirar próstatas e rins, a ganhar umas massas, a ir de férias. Não tenho nenhum cartão partidário nem quero ter. No meu telemóvel, está escrita a frase «O que tem de ser tem muita força». O meu pai dizia que eu era feito de aço. Nos hospitais em Bruxelas cheguei a fazer muitos bancos seguidos, de tal maneira que a minha primeira mulher levava ao hospital os meus filhos (ele com dois anos e ela com meses) para que eu os visse.

Onde vai encontrar forças nesses momentos em que é assediado pela vontade de desistir?

Sei que não nasci para empresário ou político. Se tivesse nascido noutra época ou noutro local, gostaria de ter sido explorador um pouco à moda de Serpa Pinto e Roberto Ivens, que atravessaram a África de Angola à contra-costa. A fronteira entre a coragem e a cobardia é muito ténue e é instintiva. Senti-o em missões difíceis como a de Beirute em 1988, sob dois meses de bombardeamentos. Uma bala passou-me rentinha à cabeça. Testei os meus limites e soube que podia aguentar.

Como é que lida com o medo? Se é que tem…

Tenho, claro. No dia em que fui alvejado em Beirute apanhei o susto da minha vida. Estava escuro, havia “snipers” nos telhados e eu pulei para o lado direito. Quando cheguei ao estúdio despi a camisa e ela estava alagada em suor. Saí dessa missão com uma úlcera no estômago ou no duodeno, não sei. A questão é saber se podemos lidar com esse medo. Quando vamos num carro, numa estrada minada no Sudão ou no Chade, temos de ir com medo. Mas há dias, ia num voo normalíssimo da KLM entre Lisboa e Amesterdão e houve uma aterragem de emergência em Nantes, nem dava tempo de chegar a Paris. Aqueles dez minutos foram muito longos até porque nem podia fazer nada. Mas não nos vamos pôr a gritar ou a chorar. Nessas coisas, sim, sou um bocado fatlista.

Nunca teve vontade de responder à violência?

Claro que sim. Digo muitas vezes que isto só se resolve com metralhadoras e confesso que tenho uma certa admiração pelo meu colega de profissão, Che Guevara. Nunca matei – espero nunca matar -, mas talvez fosse capaz disso se estivessem em causa coisas essenciais como liberdade ou a segurança daqueles que amo. Quando vamos ao Chade, país produtor de petróleo com oitenta quilómetros de área, e percebemos que há tanta pobreza, que podemos sentir? Na palestina constrói-se um muro que separa famílias. Se para os visitar tivesse de ultrapassar várias barreiras, não sei quantas humilhações, não sei se não pegaria numa metralhadora. Se eu tivesse sido judeu no gueto de Varsóvia, não teria pegado numa arma para me defender? É morrer ou matar. Os grandes pecados são a indiferença, a intolerância, o egoísmo feroz.

Seria capaz de apontar o dedo a um grandessíssimo sacana, se o visse na rua?

Seria precisa imensa coragem porque as redes de poderosos estão muito bem estruturadas. Estamos numa sociedade que, como dizia o meu amigo Sá Machado, se parece com uma sala cheia de fezes em que toda a gente está em bicos de pés para manter a cabeça de fora.

Quando se sente politicamente incorrecto?

Quando digo estas coisas, por exemplo. Quando intervim sobre Angola e outros assuntos melindrosos.

É muito crítico em relação aos grandes organismos internacionais? Ainda acredita na ONU?

Tem virtualidades e pontos fracos. As minhas criticas vão no sentido de algumas nomeações, a partir de determinado cargo, serem da responsabilidade de uma única grande potência. Quando vejo uma casa no Ruanda ser paga a dez mil dólares mensais, quando vejo as mordomias atribuídas aos altos dignitários dessas organizações, fico indignado. Há dramas que só foram possíveis porque a ONU não pôde ou não quis actuar. Mary Robinson, ex-presidente da República da Irlanda e ex-comissária para ao Direitos Humanos das Nações Unidas, disse em Lisboa que nos últimos anos, no Zaire, actual República do Congo, terão morrido cinco a sete milhões de pessoas na indiferença total. As Nações Unidas são o que os Estados querem que ela seja. O FMI é um país com direito de veto e ponto final.

Quais foram os casos mais graves de terrorismo de estado que conheceu?

No Ruanda e no Zaire houve casos gravíssimos. O que aconteceu ao povo angolano também é um escândalo. Mas não tenhamos dúvidas: para o Ocidente, morrerem dez milhões de negros representa o mesmo do que se morressem dez milhões de moscas.

1 comentário:

dragao vila pouca disse...

ZÉ DES Contente, estou contigo eu tenho uma admiração profunda pelo Dr. Fernando Nobre, cujom lema é:pratica o bem, não olhes a quem.
Se todos fossem como o Dr....o Mundo era muito melhor!
Um abraço