Salvador Caetano , o "senhor" que em 1991 deixou no fundo do mar um familiar (genro).
O Mistério do Bolama: Doze perguntas e anomalias
O Arrastão Bolama: (http://www.sapo.pt)
O Bolama continua a ser um dos maiores mistérios marítimos portugueses de sempre…
O navio afundou-se perto de Lisboa, em 1991 e jaz agora a mais de 130 metros de profundidade e sobre ele surgem várias questões e anomalias que passarei a enunciar:
1. Joaquim Piló, do Sindicato Livre dos Pescadores entregou na Procuradoria Geral da República um dossier onde indica algumas das várias anomalias do chamado “Caso Bolama”. Entre estas destaca-se a estranha presença de um buraco oval feito a maçarico no lado estibordo do navio… Será que foi este o buraco que provocou o afundamento rápido do navio (que explicaria o ponto 5) ou será que foi feito por mergulhadores para retirar do casco a preciosa carga que o Bolama transportava? O buraco ficou exposto nas filmagens realizadas pelo navio “Auriga” da Marinha, a partir do robot subaquático (a 22 de Março de 1992). Nas filmagens, ouve-se um dos militares comentando para outro que “a abertura é demasiado regular para ser um rombo”.
Mas é muito pouco provável que esta carga misteriosa tenha sido retirada após o afundamento do Bolam… É que para descer até aos 130 metros de profundidade é necessário recorrer ao “mergulho por saturação” um processo muito complexo e só ao alcance de profissionais altamente treinados e que, além do mais, exige a presença de uma câmara de descompressão no navio de apoio durante várias horas. Ou seja, a recuperação não poderia ter lugar num iate ou num navio qualquer, mas apenas num especialmente adaptado para o efeito e teria custos gigantescos e uma visibilidade explosiva, dada a proximidade das rotas de navegação e do próprio porto de Lisboa…Isso significa que o intrigante “buraco oval” foi feito antes da largada do porto de Lisboa, tapado e destapado em alto mar para forçar o afundamento do navio? Ou que foi feito em alto mar para obter o mesmo efeito?
2. Dos trinta tripulantes, apenas oito corpos foram recuperados, o que é intrigante, mas não impossível, dado que em acidentes do género o Mar recusa-se em devolver as suas vítimas e isso sucede frequentemente num Mar tão agitado como o poderoso Oceano Atlântico…
3. Somente as viúvas dos pescadores com contratos que previam indeminizações em caso de morte é que receberam compensações financeiras… Os restantes requereram uma indemnização ao Tribunal Cível de Lisboa, mas este levou 14 anos (5110 dias!!!) para decidir que não era “competente” para determinar sobre o caso. Esta imensa demora devia ser alvo de um inquérito e determinar de per si uma indeminização paga pelo Estado aos familiares pela sua simples incapacidade de emitir uma decisão em tempo razoável…
4. Segundo se acredita, o Bolama transportaria uma carga 15 toneladas de electrodomésticos… Mas o presidente do Sindicato afirma que a “carga era composta
de armas e urânio. Não tenho dúvidas de que a máfia russa está por trás do caso e o Governo esteve mais de um mês em Cabo Verde à procura do navio só para despistar as atenções, nada mais. Sempre sentimos que o ‘Bolama’ estava perto”.” Mas Joaquim Piló afirma que o porão do arrastão não teria capacidade para 15 de equipamento desse volume, e que somente 15 toneladas de uma carga com muito grande densidade poderia ser transportada pelo Bolama… Daí a chegar à tese da carga de urânio…
5. Porque é que nunca apareceram as balsas, e nem sequer um colete de salvamento? Será que o afundamento do navio foi tão rápido que nem deu tempo para que os tripulantes envergassem os seus coletes e soltassem as balsas? Ou será que já não havia tripulantes a bordo quando se deu o naufrágio e que as balsas e coletes foram reaproveitados? Uma explicação mais prosaica é que o Mar recusou a sua devolução, da mesma forma que o fez à maioria dos corpos dos tripulantes…
6. Algumas fotografia exibidas numa manifestação de familiares dos tripulantes do arrastão parecem evidenciar a presença de buracos de balas no casco… Serão apenas marcas de corrosão provocada já depois do afundamento?
7. Diz-se que entre os mortos, encontra-se o filho de uma maiores fortunas de Portugal: Salvador Caetano (Toyota…). Mas isso não corresponde à verdade… Que seguia efectivamente no navio era o seu genro, e não o filho… E os rumores que relacionam esse “filho” com o tráfego de droga também não têm fundamento… Público: “Entre os náufragos encontrava-se o gestor da Crustacil, uma das três empresas proprietárias da embarcação; José Manuel Sousa Esteves, genro do empresário Salvador Caetano”.
8. Porque é que um navio recentemente reparado se afundou, aparentemente, com tanta rapidez? As investigações do Ministério Público deduziram acusações contra os responsáveis pelas modificações feitas em estaleiro pela Rinave no Bolama, mas o Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa mandou arquivar o caso alegando que o afundamento se devera a “causas naturais”… E assim perderam as vítimas a oportunidade de atribuirem a estes responsáveis os seus pedidos de indeminização… O presidente do Sindicato Livre dos Pescadores afirmou que “a demissão do primeiro juiz deste caso por «razões familiares» e o seu aparecimento num alto cargo em Genebra é uma das perguntas que estão por responder.” Haverá assim fundamento para as suspeitas, assim sugeridas, de pressões por parte do Governo PSD na época?
9. Se a Rinave, a empresa que realizou as alterações no Bolama, quando as concluiu certificou o navio, e assumiu assim a responsabilidade pelas mesmas, contudo, o Tribunal não entendeu que essa responsabilidade se estendesse ao pagamento de indemnizações… Ou seja, a Rinave certificou que o navio estava “em condições para navegar”, mas, se acreditarmos na tese da “instabilidade” decidida pela Justiça, não estava e mesmo assim não se decidiu pelo pagamento de indemnizações aos responsáveis por essa dita “instabilidade”? Onde está aqui a Justiça e a Razoabilidade?
10. O navio está assente sobre o fundo oceânico direito e não sob um dos seus lados… O que é estranho quando segundo o Tribunal Marítimo o navio teria ido ao fundo por “falta de estabilidade”… Ou seja, por se ter virado…
11. Corre um rumor sobre o afundamento do Bolama por um navio da Marinha portuguesa, mais especificamente por um dos seus submarinos, o que seria (segundo essa tese) a explicação para o “silenciamento” do caso patrocinado pelos governantes da época. A tese não tem grande fundamento, nem substância de prova, mas insiste em percorrer certos sectores da Internet portuguesa.
12. Se é verdade que o Bolama navegava sem licença de navegação… Qual foi a responsabilidade do comandante do Porto de Lisboa ao deixar navegar um navio sem a dita licença? E é verdade que os seus tripulantes não estavam matriculados e que a capitana não vistoriou o navio antes da sua fatídica saída para o mar?
Joaquim Piló, do Sindicato Livre dos Pescadores, esperava mais e diz que o Presidente da República “não pode lavar as mãos como Pôncio Pilatos”.
“Acho que era dever do Sr. Presidente da República fazer tudo o que estivesse ao seu alcance para trazer o navio ao cimo da água, para saber o que aconteceu e se morreram todas as pessoas naquele dia. Temos dúvidas se morreram todos”, afirma Joaquim Piló.
Imagens do navio submerso
http://videos.sapo.pt/zetYO4vlOUJzhIuihQEn
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