Chegados ao
Restaurante Tripeiro deparei-me com uma sala menos acolhedora da que conhecia,
também já lá não ia há mais de 20 anos, tinha no entanto na memória as
excelentes tripas há moda do Porto que lá tinha comido.
Sentamo-nos
e pedimos “tripas para dois”, até aqui tudo bem, como era uma ocasião especial
fiz de conta que a minha carteira era de outro e solicitei um “Cabeça de Burro”
tinto, estava na carta, mas não havia, ficámos por um “Evel”, 16 euros mais
barato, para aperitivo pedi “Favaios”, o empregado de mesa veio com uma garrafa
de vinho abafado afirmando que era melhor que o “Favaios”, levou logo, “não
deve proceder assim, imagine que eu era da Adega de Favaios, você ia ter
problemas” disse-lhe eu.
Pedi um gin
tónico, o empregado foi ao balcão e saiu para a rua, “foi comprar o gin” disse
eu ao meu amigo, certinho, passado um bocado o funcionário do restaurante
voltou com uma garrafa dento de um saco do supermercado.
Bebemos o
aperitivo e mandamo-nos às tripas que, em abono da verdade se diga, continuam
de excelente qualidade, entretanto os clientes foram saindo e fiquei só eu com
o meu amigo, passado um pouco entra um casal estrangeiro, do fundo do
restaurante vem o empregado que nos estava a servir dirigindo-se aos
estrangeiros, “está fechado” dizia ele, apontando para um panfleto o casal só
dizia “tripas”.
Conclusão, o
restaurante fecha ao domingo após o almoço, e o empregado repetia “está fechado”
quase empurrando as pessoas, não me contive.
“Ouça lá, se
está fechado devia ter fechado a porta à chave para não entrar mais ninguém”, o
homem dizia que estava na hora dele e que tinha mais que fazer, impavidamente o
gerente continuou ao fundo da sala sem se manifestar.
Dirigi-me
aos forasteiros e apercebi-me que eram alemães, no roteiro que traziam dizia que
ali se podiam comer as melhores tripas e não dizia que fechava ao domingo à
tarde, olhei para o tacho e como ainda haviam muitas tripas mandei-os sentar na
minha mesa, no meu (destreinado) inglês perguntei que queriam beber, “água”,
mandei vir, propuseram logo servi-los, nós acabamos de comer, dei vários
recados ao pessoal do restaurante e saímos, e os alemães lá ficaram.
Desci a Rua
Passos Manuel com o intuito de tomar café no “Magestic”, muita turistada à
porta, estava fechado, uma casa que recebeu dinheiro do estado (a fundo
perdido) para ser restaurada, fechada ao domingo nesta altura em que ao fim de
semana chegam milhares de visitantes trazidos pelas companhias low cost de
aviação? Não se entende.
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