Em Vila Nova de Gaia a água é muito mais cara que no Porto, há
lugares onde é (ainda) mais cara que aqui, sou solidário com toda essa gente
que é roubada descaradamente, fica a maneira que eu encontrei para poupar, quem
sabe haja por aqui quem funcione biologicamente como eu.
No inverno não tomo banho pela manhã, a artrite não me
deixa, quando tomo, aproveito (num balde) o máximo de água que servirá para
poupar descargas quando tiver de urinar, se estiver em casa, pois (nem que seja
à socapa, num recanto, ou entre dois contentores do lixo, ou num café) tento
evitar fazê-lo com custos prá minha bolsa, vou até muitas vezes ver como vai o
trabalho duns amigos que têm uma oficina de reparação automóvel, aqui ao lado
de minha casa, quando a bexiga me começa a dar sinais.
Vocês já repararam no verso da fatura?
Pagamos, ÁGUA, consumo e disponibilidade, SANEAMENTO,
saneamento e disponibilidade de saneamento, RESÍDUOS SÓLIDOS, resíduos sólidos
e taxa de resíduos sólidos, TAXA DE RECURSOS HÍDRICOS, taxa de recursos
hídricos água, taxa de recursos hídricos saneamento, ou seja, cada vez que abro
a torneira sou taxado 8 vezes, (8 itens).
Então como faço para poupar?
Mijadela matinal, balde, lavar as bentas (desperdício),
tomar café na confeitaria, fumar um cigarro na rua, duas de letra no talho (em
frente à confeitaria), e regresso à confeitaria para “arrear o calhau”,
forra-se a tampa da sanita com papel higiénico (os rolos deles são dos grandes)
deve dar-se várias voltas, e ahhhhhhhh… c’alivio!
Agora para os meus amigos de Miragaia.
Na passada quarta-feira tive de ir ao posto da caixa de Nova
Sintra (onde ainda estou inscrito, mesmo morando em Gaia) entregar umas
análises que fiz no Hospital de S. João para juntar ao meu processo clínico
(vá-se lá saber porque raio, se as tivesse feito no Hospital de Santo António
entravam automaticamente no meu processo, mas do S. João não dá) e pedir umas
receitas. Tomei café na confeitaria do costume, meti-me no carro, fumei a
cigarrada, e quando estava a chegar à caixa fui direto à casa de banho, hoje,
que fui buscar as receitas, tal e qual como na quarta.
Estava eu defecando calmamente e pensei, “esta semana caguei
duas vezes na caixa”, recordei-me dum fiel da alfândega que, há + ou - 40 anos,
confidenciou a um colega que tinha feito uma análises e até tinha cagado num frasco,
ficou conhecido pelo CAGA NO FRASCO, o pobre homem não tinha sossego, a
Alfândega do Porto (nos tempos em que por lá andei) era uma mundo de gente,
bastava o homem aparecer e havia sempre alguém que gritava, “Ó CAGA NO FRASCO”,
ele ficava furioso.
Mesmo que me chamem caga na caixa, poupo na fatura das “Águas
de Gaia”.
Abraço, bom fim-de-semana.
Sem comentários:
Enviar um comentário