Intercalando com a publicidade intensiva
das marcas de comida dita de plástico, aparecem de vez em quando uns “experts”
em nutricionismo que, em abono da mãe natureza, tentam abrir-nos os olhos sobre
os malefícios de uma alimentação desregrada.
De alimentação espiritual também já
todos ouviram falar, muitos pensarão que se refere à receita de bacalhau,
outros saberão o que quer dizer.
Faz-me uma certa impressão ver que
cada vez mais a nossa juventude “alimenta” o intelecto com comedorias
artificiais que inebriam os sentidos afastando-a da realidade, deixando-a
desprovida de defesas, e por consequência exposta à doença da moda, a depressão.
Também na minha juventude fazíamos “trinta
por uma linha” para conseguirmos uma noite de glória numa soirée dançante dum
qualquer clube ou, de longe a longe, numa discoteca, sabíamos no entanto aquele
mundo era artificial.
Irrita-me ver num país como nosso, “sem
dinheiro para mandar tocar um cego”, o mundo virtual criado pela imprensa cor-de-rosa,
associado a espaços de diversão (que aparecem e desaparecem como mosquitos) que
são mais (ou menos) “badalados” se frequentados (ou não) por personagens ditas colunáveis.
O destaque que merecem figurinhas
como Tony Carreira ou a cartomante Maya dizem tudo sobre o intelectualismo
deste país, a cultura passou a ser um fardo para a maioria dos municípios
portugueses, e não raras vezes vemos autarcas frequentarem os espaços de
diversão noturna mais na moda para aparecerem, Luís Filipe Menezes é um pimpão,
um “grande artista”.
Rave promovida pela Maya é garantia
de casa cheia, há quem diga que é “moca” certa, parece que a “lady” tem artes
(em drageias) que fazem elevar o espírito, logo, sucesso garantido, a ressaca e
a realidade aparecem depois.
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