sexta-feira, 31 de agosto de 2012

SOCIEDADE POLIETILENIZADA.


Intercalando com a publicidade intensiva das marcas de comida dita de plástico, aparecem de vez em quando uns “experts” em nutricionismo que, em abono da mãe natureza, tentam abrir-nos os olhos sobre os malefícios de uma alimentação desregrada.
De alimentação espiritual também já todos ouviram falar, muitos pensarão que se refere à receita de bacalhau, outros saberão o que quer dizer.
Faz-me uma certa impressão ver que cada vez mais a nossa juventude “alimenta” o intelecto com comedorias artificiais que inebriam os sentidos afastando-a da realidade, deixando-a desprovida de defesas, e por consequência exposta à doença da moda, a depressão.
Também na minha juventude fazíamos “trinta por uma linha” para conseguirmos uma noite de glória numa soirée dançante dum qualquer clube ou, de longe a longe, numa discoteca, sabíamos no entanto aquele mundo era artificial.
Irrita-me ver num país como nosso, “sem dinheiro para mandar tocar um cego”, o mundo virtual criado pela imprensa cor-de-rosa, associado a espaços de diversão (que aparecem e desaparecem como mosquitos) que são mais (ou menos) “badalados” se frequentados (ou não) por personagens ditas colunáveis.
O destaque que merecem figurinhas como Tony Carreira ou a cartomante Maya dizem tudo sobre o intelectualismo deste país, a cultura passou a ser um fardo para a maioria dos municípios portugueses, e não raras vezes vemos autarcas frequentarem os espaços de diversão noturna mais na moda para aparecerem, Luís Filipe Menezes é um pimpão, um “grande artista”.
Rave promovida pela Maya é garantia de casa cheia, há quem diga que é “moca” certa, parece que a “lady” tem artes (em drageias) que fazem elevar o espírito, logo, sucesso garantido, a ressaca e a realidade aparecem depois.    

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