quinta-feira, 4 de abril de 2013

HOJE ALMOCEI ALARVEMENTE.

Diariamente (ao almoço) confeciono uma refeição para o meu pai que me obriga a ter certos cuidados, para um idoso a comida deve ser rica em vários componentes que compensem a quantidade.
O bacalhau à espanhola que servi ao meu progenitor seria, quando muito, primo daquele que após 15 minutos eu tirei do tacho para meu consumo.
Mais pimentão-doce e louro (devido à maturação do cozinhado) em pó, umas areiínhas de sal, e olho para não torrar em demasia, deixaram o meu “tacho” no ponto.
Quando “despachei” a “espanholada” já estava como um odre, mas havia ainda uma tijela com uma laranja, um kiwi, e uma Chiquita (banana) das grandes caldeados com três gotas de Vinho do Porto para aviar, marchou tudo.
Pensando, “depois de comer isto tudo já nem arrumo a louça, fica aqui (na mesa), arrumo logo, vou direitinho para o choco”, lá fui “enfardando” até que acabei.
Dei dois minutos de descanso antes da primeira cigarrada e comecei a soluçar, lembrei-me do meu querido avô paterno (António Manco), dizia ele que ´”quando se soluça após o comer é menos ar que sai por baixo”, ele que não bebia enquanto comia, mas depois “botava abaixo” uma “litrada” de tinto, para não engolir ar.
Comer em demasia nunca foi para mim razão para rebates de consciência, no entanto hoje dei comigo triste, a pensar que comi demais quando muitos não têm nem para matar a fome.
Devo estar a ficar piegas.

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