Ontem não fugi à rotina, voltei como regularmente à Sociedade Protectora dos Animais do Porto para marcar 2 banhos e uma tosquia para as minhas “gajas”, que é como quem diz, para minhas cadelas, Mona Liza e Chica (na foto).
Antes tivesse ido hoje porque me deparei com uma situação que me deixou deveras triste, uma senhora chorando convulsivamente que saía do contentor (instalação provisória) que serve de recepção, não sabia a razão, mas estando onde estava só podia ser algo relacionado com um animal de estimação.
E era…
Já no balcão de atendimento ao público vi um homem que aparentava a minha idade com um pequeno cobertor de onde vislumbrei uma cabecita e dois olhos, era a Fifi.
O homem era filho da senhora que tinha visto sair a chorar, também os olhos dele estavam mareados de lágrimas, cabia-lhe a ele acompanhar a Fifi até ao seu último momento de vida.
Perguntei porque tinham tomado decisão tão drástica, abriu o pequeno cobertor e vi, um hematoma enorme ao fundo da barriguinha da cadelinha, senti um arrepio e uma tristeza desmedida, disse-me ele “é cancro, tomou conta dela há uns meses, sofre muito, vai ser abatida porque a amamos muito”.
Convivo bem com a morte, é algo natural, não sou dos que têm medo de cemitérios, procuro-os até para por lá passear quando preciso de me isolar, no entanto, nunca vou a funerais de pessoas de quem gosto muito, assim foi aquando da morte do meu único irmão há mais de dez anos, prefiro recordá-los vivos, e não guardar deles expressões como a que julgo ter visto ontem nos olhos da Fifi.
Eutanánia? Sim!!!
Não será uma forma de amar?
Zé Porto
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