“Já há circo?”
Disse-me um amigo ser assim que os profissionais da comunicação social, perguntam se já há muita gente do ramo no local do acontecimento. Local que pode ser um tribunal, as instalações da PJ, um hospital, uma casa, uma rua, uma localidade, o local é onde houver notícia.
Pode perecer a muita gente que os jornalistas, fotógrafos, câmaras, motoristas, feixes, essa trupe toda “curte bué” estar horas e mais horas à espera, na expectativa de uma boa fotografia, ou de uma frase que possam tornar-se numa super manchete, nada de mais errado (ainda segundo o meu amigo).
O chefe, o que manda para lá, esse continua no quentinho, ou no fresquinho, os carrejões, esses nem bufam, nas redacções, claro, porque parece que entre eles bufam muito bem, e é o chefe o alvo das bufadelas.
Chefe que às vezes chega a desesperar os subordinados em serviço no exterior, não é pêra doce aturar um desses mandões quando se aproxima a abertura de telejornais ou fecho de edições e de novo, nada, como é preciso referir o caso, mostrar que se está lá, improvisa-se um apanhado da noticia e usa-se uma porta como fundo.
Das horas seguidas que passam juntos, o enfado desaparece quando os directos estão feitos, e se sabe que durante umas horas não há novidades, aí sim, uma tasca, um restaurante, uma roulotte, tudo serve para acabar com a sede e fome, e descansar um pouco as pernas, apreciar fulano ou fulana que está mais gordo ou mais magro, aqueles que há anos não se viam trocam abraços e põem o “serrote” em dia, refere-se o incidente do fulano que desapareceu dos exteriores depois de se saber que mantinha as chefias ao corrente de tudo no intuito de uma progressão mais rápida na carreira.
Diz-se que estão a estudar uma espécie de cavalete do tipo dos usados nas câmaras de filmar para adaptar aos homens e mulheres que passam horas a fio de pé, eles podiam sentar-se na beira dos passeios, mas as fotos ficavam de baixo para cima, não fica lá muito bem, e também não é nada agradável obrigar quem está a prestar declarações a ter de baixar-se.
O meu amigo, mal soube da rusga (Noite Branca) da PJ saiu de casa a correr porque não queria perder a oportunidade de levar com uma garrafa ou uns ovitos atirados pelos familiares dos detidos.
Li como título de uma mensagem “Comunicação Social junto aos Tribunais ou um mau serviço à Justiça”, a forma como a autora desenvolve o seu raciocínio dá ideia que nasceu há muito pouco tempo ao afirmar que “a moda parece querer pegar”, se calhar a senhora esteve isolada do mundo, e parece muito incomodada com o desassossego, eu não conheço a senhora, mas parece familiar de algum dos detidos, não será?
A autora escreve ainda sobre a protecção da imagem, e os criminosos protegem quem? As vitimas dos seus crimes?
De todo o texto da senhora aproveitei uma ideia, a abertura de um canal judiciário, e porque não? Eu digo que a justiça portuguesa, infelizmente, protege mais o réu que o queixoso…
Se visitarmos a página da PJ na net encontramos fotos de pessoas desaparecidas, ou de mortos para identificação, porque não fotos dos criminosos considerados perigosos a monte?
A senhora que se indigna tanto com a comunicação social à porta dos tribunais deve estar agora a escrever sobre a vertente cor-de-rosa, como atrofia e como cria ilusões.
Para mais tarde, um outro trabalho, muito mais elaborado, documentado, que abordará a censura durante a ditadura.
São 10:45, vou levar uma termos com café quente ao meu amigo, ali à Rua S. bento da Vitória, ele está à porta do TIC desde as 07:00, e depois vamos almoçar ao “Botas”, lá para as 13:30.
terça-feira, 18 de dezembro de 2007
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