sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Escutas telefónicas - Joaquim Costa - 08-02-2008 (DESABAFE CONNOSCO DO JN)

Como há aí um cliente que diz que não percebe o que escrevo, vou tentar fazer entender-me.


Há uns anos trabalhava eu em Valongo num órgão de comunicação social, e por “dá cá aquela palha” disse ao meu chefe que se ele me voltasse a incomodar lhe partia os dentes.
A coisa ficou por ali, foi remédio santo, nunca mais me incomodou, andou uns tempos sempre acompanhado com um outro colega muito mais corpulento que eu e a vida rulou normalmente.
Só por acaso, esse meu chefe e o “apenso” guarda costas meteram a pata na poça e foram despachados para o desemprego sem direito a nada, nada mesmo porque os vencimentos a que tinham direito, subsídios de fárias e Natal, ficaram para ressarcir os danos que tinham provocado na empresa.
Qual não é o meu espanto quando passados meses recebo na minha residência um ofício dizendo que a queixa de ameaças e tentativa de ofensas corporais apresentada pelo senhor Cardoso tinha sido arquivada por falta de provas.
Relativamente às escutas telefónicas acho que seria, no mínimo, ético avisar os escutados de que teriam sido escutados nas datas de a, por esta razão ou aquela.
Claro que me refiro a pessoas que comprovadamente tenham sido escutadas por engano.
É facílimo pôr a polícia a escutar uma dezena de números, basta alguém saber que está sob escuta e cria um autêntico circo, arranja 5, 6 ou 7, ou mais números, e começa a telefonar indiscriminada e consecutivamente para vários números, é certo e sabido que esses números vão ser escutados.
Ainda há quem pense que as escutas são feitas por inspectores que estão em frente a uma central telefónica à espera que o telefone toque, claro que hoje é tudo digital e basta qualquer número que tenha sido introduzido no sistema seja accionado para começar a ser gravado.
Eu fui por diversas vezes escutado e até me ofereceram um cd com algumas conversas, não me meto em negócios escuros (a não ser uns Rolexs dos Estates), mas por vezes necessito trocar informações confidenciais, como fazer?
Faz-se como na polícia, uma escala...
Se necessário, pelo celular diz-se “ligo-te daqui a meia, ou uma hora”, e o destinatário já sabe que à Sexta é no café tal, restaurante, seja onde for, e basta aumentar um dia, o sítio de hoje sexta passa para Sábado, no outro dia Domingo, e assim consecutivamente.
Eu uso 4 números de telefone, num, que é frequentemente escutado, encho a testa daqueles gajos de marfim.
É como e diz por aí, está tudo em roda livre, os bons, recatam-se, se possível na província porque isto está a ficar sem ponta por onde se lha pegue, e não julguem que os culpados são os gangues das casas de alterne, isso é mais um meio de diversão para despistar.
Em 3 de Novembro de 2007 publiquei em http://nortecaustico.blogspot.com um texto sobre o assunto intitulado “Escuras Telefónicas”, não me recordo se chegou a ser publicado aqui.
Mas o senhor Costa se for uma pessoa com muito poder económico pode estar sossegado porque elas acaba, ilegais, já se for um pobreta, ponha-se a pau, não telefone, vá.
Mesmo para acabar, quem foi escutado indevidamente devia ser avisado do facto, iam ver como as acções dos CTT subiam em flecha.

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