segunda-feira, 26 de novembro de 2007

A JUSTIÇA EM PORTUGAL

“A justiça em Portugal não tem genericamente qualidade, e não é boa por causa dos juízes”, dizia-me há dias um médico que há muito pouco tempo deixou de prestar serviço na Policia Judiciaria Portuguesa.
E deixou de prestar serviço porque não conseguiu saber e calar muitos casos que se desenrolavam diante dele.
Disse-me ele que “um bom policia, para o ser, tem também de ter espírito de bandido, esses são os melhores, e precisam de apoio psicológico permanente. Há depois os outros, os que são mesmo bandidos e vão para a policia só para se escudarem, mas esses também são detectados rapidamente”, e continuou, “o inspector geral da administração interna tem toda a razão, todos sabem, todos calaram, ele falou, quase de certeza vai ser demitido. Psp, Judiciária, Gnr, estas três corporações estão fortemente ligadas ao mundo da noite onde a fronteira entre o legal e o ilegal é muito ténue, todos os anos são publicados relatórios dos quais só se referem os números dos demitidos, mas há os que se demitem, e alguns demitem-se por defenderem a legalidade, por não se deixarem subornar.”
E no final da cadeia estão os magistrados, esses sim os verdadeiros patrões da justiça, os intocáveis.
Então já ninguém se lembra de juízes condenados?
Eu recordo-me e sei que já estão a julgar novamente.
No caso apito dourado, um dos arguidos tem como advogado um senhor cuja esposa manda nos juízes aqui do norte, que esperam?
Quando a Dra. Maria José Morgado tomou conta do caso, já tudo estava “cozinhado”.
E mesmo a Dra. M. J. Morgado, não acham que devia ser menos mediática? Ela terá capacidade para tanto caso que está a cair-lhe nas mãos?
E para acabar, disse-me ainda o tal médico, “há laxismo na Judiciária por causa dos delegados do Ministério Púbico e dos Juízes, muitas brigadas já não actuam porque sabem que iriam perder horas, gastar tempo e dinheiro em processos que iam direitinhos ao caixote do lixo, e ao outro dia voltariam a cruzar-se com o criminoso”.
Tem de se reformar profundamente a justiça e já, se o inspector-geral da administração interna se mantiver pode ser um bom sinal, outro será a vitória do Dr. António Marinho Pinto na Ordem dos Advogados.

José Vaz

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