terça-feira, 8 de janeiro de 2008

UM PEDAÇO DA MINHA HISTÓRIA QUE DEDICO AO SENHOR ANTÓNIO TORRE DA GUIA

Você ficou com o escritório entalado, eu desentalo-o…
No dito escritório funcionou uma empresa transitária de que eu era sócio, porque na altura viajava muito em serviço pela Europa, fui-me apercebendo que aquilo que por aqui se dizia, que com a CEE iriam acabar os despachantes alfandegários, se passaria também com as empresas de trânsitos, como por cá só se falava no fecho dos despachantes, os transitários andavam todos emproados. Fique então o senhor sabendo que eu com 24 anitos, eu, não a empresa de que era sócio, representava em Portugal 14 empresas transportadoras europeias, todo o serviço passava pela dita sociedade mas eu cobrava uma comissão por cada processamento dos meus agenciados, além disso, como funcionário recebia o meu ordenado de sócio gerente, éramos 3 nas mesmas condições. Como nunca fui de me deixar comer como aqueles para quem o fado é tudo na vida, fiz um dia uma proposta velada aos meus sócios do tipo “estou a ficar cheio de camiões, vagões, navios, aviões, um dia destes vendo-vos a cota”… “Deixa-te disso, isto agora é que vai dar” e outros tantos incentivos para não abandonar o “barco” foi como reagiram o Fernando (já falecido) e o Silvestre, eu calei-me e “deixei correr o marfim”… Não é para me gabar, mas a referida sociedade, e graças a mim, mantinha uma facturação mensal que fazia inveja aos “monstros” da altura, Danzas, Lassen, Broemme, e outras, e porque assim era, o meu sócio Silvestre que era sócio maioritário, o que tinha desembolsado o dinheiro para tudo, sem que o Fernando soubesse, ofereceu-me 1000 contos pela minha cota de 70… Ã?
Já era um pequeno totobola, não era?

Se fosse você fazia logo contas, no ano de 1977 mil contitos já davam para “botar figura” muito tempo no Candeia, como eu o entendo…
Mas não, não aceitei, pedi o triplo, e não é que o calino passados 3 meses me bateu a pastinha toda?
Deu para pagar o T3 que tinha adquirido no Porto aquando do meu primeiro casamento, e ainda sobrou para um NSU Prinz, apartamento que ficou em nome do meu filho mais velho aquando do meu divórcio.

Ainda lhe conto mais um xiriquito da minha história, saído da tal sociedade, fui convidado por um senhor que dava pelo Nome de Manuel Silva Reis para transitário privativo das suas empresas, a ganhar o triplo do que ganhava antes, situação que se manteve por quase três anos, até acabarem os famosos carnets tir e o cliente poder fazer ele mesmo o despacho das mercadorias ou o seu despachante ao fim e ao cabo lá foi perdurando o trabalho para os que supostamente acabariam mais cedo, agora já sabe demais.

E para rematar este pedaço de história, sucumbiram realmente, naquele escritório algumas, de deleite, ai se o sofá do meu gabinete falasse.

Des Contente

PS: Ainda por causa do escritório e do sofá…
Estava eu uma certa noite a jantar em casa, e tocaram à campainha, a minha ex abriu, e veio ter comigo dizendo que era para mim.

Para meu espanto, era o pai de uma técnica de contas que trabalhava numa empresa minha cliente, o pai, a mãe e ela...
Só queria saber se quando comecei a andar com a filha ela ainda era virgem, o que passa um homem casado, ahahah…

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